Irritado com o tratamento dispensado pela presidente Dilma Rousseff ao colega da Guiana, David Granger, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, saiu mais cedo da reunião de cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
A delegação venezuelana abandonou o almoço que seria oferecido pela anfitriã, nesta sexta-feira (17), após ouvir as declarações de Granger a respeito do que ele chamou de provocações de Caracas, que disputa com o país caribenho uma área fronteiriça denominada Esequibo.
Tudo começou quando Dilma recebia David Granger em um encontro bilateral, momentos antes da reunião de cúpula. Maduro chegou mais cedo e tentou participar da conversa. A presidente brasileira, porém, não autorizou sua entrada.
Durante o encontro entre Dilma e Granger, o presidente da Guiana pediu apoio do Brasil para mediar uma solução pacífica. Dilma aceitou. Mais tarde, no discurso que fez na reunião de cúpula, Granger, que falou depois do venezuelano, fez questão de citar o conflito.
“O mundo inteiro já reconhece nossas fronteiras. A Guiana foi obstruída dentro do desenvolvimento de seu próprio território. Nossos vizinhos expulsaram uma de nossas embarcações petroleiras e nossa economia tem sido paralisada. Já temos provocações incansáveis há muitos anos”, disse o presidente da Guiana.
Esequibo é uma zona marítima onde a americana Exxon Mobil descobriu uma importante reserva de petróleo. A expectativa é que Maduro, que participará da reunião de cúpula de presidentes do Mercosul, também converse sobre o tema com Dilma.
Estima-se que o projeto de exploração da Exxon ocorrerá em uma área, terrestre e marítima, de 159.500 quilômetros quadrados. A soberania do lugar é reclamada por Guiana e Venezuela. A fronteira entre os dois países foi delimitada no fim do século 19.
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