Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Violência

Isolamento influi mais que riqueza, dizem psicólogos

Os casos recorrentes de mortes em série por atiradores nos EUA ou na Europa parecem ter em comum o fato principal de ocorrerem em países ricos. Mas, para psicólogos ouvidos pela Gazeta do Povo, esse não é um fator determinante.

O próprio Brasil se chocou em 1999 quando o estudante de medicina Mateus da Costa Meira matou três pessoas num cinema de São Paulo a tiros de metralhadora. Hoje, ele cumpre pena de 48 anos de prisão. Mas, segundo especialistas, em países em desenvolvimento, o que normalmente ocorre são ataques que acabam atribuídos à violência social, como chacinas.

Para o educador e psicólogo Marcos Meier, a característica de fundo dos casos de tiros em série é o isolamento do criminoso de contato afetivo com familiares e grupos de amigos. "Quando tem um amigo, é um só, que é cúmplice", diz.

Apesar de o ambiente em que a pessoa vive não ser determinante, Meier pondera que a cultura emotiva pode influenciar. "No Brasil, quando alguém não gosta de alguma coisa, já xinga, agride, toma atitude. Em países onde isso é mais difícil pode-se caminhar para o isolamento", explica.

O isolamento familiar, na opinião da psicóloga clínica Lucila Maria Ribas, traz como principal consequência negativa a perda de valores espirituais. "O adolescente fica sem sustentação, sem limite do que é certo ou errado, porque não recebe orientação em casa", diz. "Hoje temos muito conhecimento, mas pouca sabedoria."

Comportamento

Após um ataque ser noticiado, é comum a família e amigos serem procurados para falar do comportamento anterior da pessoa. Por vezes, eles se dizem chocados porque a pessoa era tranquila até então. Mas, para a psicóloga Tatiana Centurion, pais devem estar atentos ao adolescente que parece "certinho" e pode estar desenvolvendo uma depressão. "Não existe isso de que a pessoa nunca deu indícios", diz.

É preciso tomar o mesmo cuidado em casos diferentes, como a automutilação – de que é suspeita a brasileira Paula Oliveira, que disse em fevereiro ter sofrido um ataque de neonazistas e um aborto, mas foi desmentida pela polícia depois.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.