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Soldado israelense patrulha a fronteira com a Síria, perto do vilarejo druzo de Majdal Shams, nas colinas de Golan | REUTERS/Ronen Zvulun
Soldado israelense patrulha a fronteira com a Síria, perto do vilarejo druzo de Majdal Shams, nas colinas de Golan| Foto: REUTERS/Ronen Zvulun

Israel acusou nesta segunda-feira a Síria de ter orquestrado os confrontos letais na linha de cessar-fogo entre os dois países, até então pacífica, como um meio de desviar a atenção da sangrenta repressão do governo sírio à revolta interna que já dura 11 semanas.

A Síria informou que morreram 23 pessoas, incluindo uma mulher e uma criança, e outras 350 ficaram feridas no domingo, quando soldados israelenses dispararam contra manifestantes pró-palestinos que surgiram na fronteira fortificada nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o uso de munição real por parte de Israel causou vítimas e que observadores da ONU estão "buscando confirmar os fatos".

Israel contestou o relato sírio e acusou o presidente da Síria, Bashar al-Assad, de tentar desviar a atenção mundial da morte de pelo menos 1.100 pessoas em protestos antigovernamentais no país.

"Não é possível chegar à fronteira sírio-israelenses, do lado sírio, sem clara instrução e aprovação do governo de Damasco", disse o ministro da Defesa Civil de Israel, Matan Vilnai.

"Para Assad, existe o interesse supremo de que esses protestos mudem o foco e a atenção que estão sobre ele para ouras direções", afirmou Vilnai à rádio militar israelense. "Ele usa (os palestinos). Ele simplesmente os usa."

O protesto de domingo foi realizado para marcar os 44 anos da guerra de 1967, quando Israel capturou as Colinas de Golã - bem como a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, territórios onde os palestinos querem fundar seu Estado.

Embora Israel e Síria estejam tecnicamente em guerra e a Síria abrigue centenas de milhares de refugiados palestinos da guerra de fundação de Israel, em 1948, a região de Golã se mantinha calma.

Isso mudou em 15 de maio, quando milhares de ativistas pró-palestinos derrubaram uma cerca na fronteira e entraram brevemente em território sob controle israelense.

Israel reforçou suas defesas e advertiu que poderia usar força letal.

Um repórter da Reuters que estava na área no domingo viu franco-atiradores israelenses dispararem contra os manifestantes e dez pessoas serem carregadas em macas por seus companheiros.

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