Israel anunciou nesta quarta-feira que vai limitar durante dez meses a ampliação de assentamentos na Cisjordânia a fim de estimular a retomada do processo de paz. Mas os palestinos acharam a medida insuficiente.
Os Estados Unidos elogiaram a decisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que não inclui assentamentos em áreas da Cisjordânia incorporadas ao município de Jerusalém e projetos já em andamento - ficando, assim, aquém do congelamento total reivindicado pelos palestinos.
Em pronunciamento pela TV, Netanyahu disse que agora cabe aos palestinos um gesto à altura. "Israel hoje deu um largo passo na direção da paz. É hora de os palestinos fazerem o mesmo", afirmou.
Mas Nabil Abu Rdainah, porta-voz da Autoridade Palestina, disse que "qualquer retorno às negociações deve ter por base o completo congelamento dos assentamentos, acima de tudo em Jerusalém".
Com a medida, aprovada pelo gabinete de segurança de Netanyahu, não serão concedidos nos próximos dez meses alvarás para novas construções residenciais "na Judeia e Samaria," termo usado em Israel para abranger a Cisjordânia, exceto a parte anexada à periferia de Jerusalém.
O grupo pacifista israelense Peace Now, contrário à existência dos assentamentos nos territórios ocupados, qualificou a decisão de "histórica".
Netanyahu agora pode esperar uma redução na pressão internacional e talvez o apoio explícito dos EUA, que vinham cobrando limites aos assentamentos. Ele transfere ainda para os palestinos o ônus da retomada do processo de paz sem precondições, conforme pede Washington.
Minutos depois do pronunciamento de Netanyahu, a medida foi elogiada pela secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, e pelo representante especial da Casa Branca para o Oriente Médio, George Mitchell.
Mitchell salientou que os EUA continuam não aceitando a legitimidade dos assentamentos, mas afirmou que o congelamento parcial terá um "impacto substancial" sobre os esforços para resolver o conflito.
Netanyahu rejeitou a suspensão total na construção dos assentamentos, alegando que o "crescimento natural" das famílias dos colonos deve ser contemplado.
A coalizão de governo de Israel inclui partidos ligados aos colonos, mas aparentemente não há risco de racha no gabinete.
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