Cerca de dez veículos blindados israelenses cruzaram a fronteira do Líbano e se concentraram perto de um posto de observação das Nações Unidas, apoiados tropas de infantaria, aumentando ainda mais as tensões na região. Mas de acordo com a rede de TV CNN, a operação está sendo considerada parte da ação israelense no sul do líbano, e não um sinal para um ataque terrestre em larga escala na região.
Desde esta sexta-feira, soldados israelenses estão na fronteira do sul do Líbano, aguardando o sinal para um ataque terrestre ao país. Mas de acordo com a inglesa BBC, Israel negou que uma incursão de larga escala no país vizinho esteja iminente. Israel afirmou que as operações "pontuais" continuarão, o que aumentou temores de que as invasões se estendam por várias semanas.
- Por enquanto, as operações no sul do Líbano continuam limitadas - afirmou o porta-voz, ao explicar que os soldados de infantaria estão combatendo em regiões até 4 km dentro do sul do Líbano e "em alguns lugares específicos".
Os ataques de Israel ao Líbano continuaram neste sábado. Pelo menos três pessoas morreram e 12 ficaram feridas durante os bombardeios israelenses contra várias localidades do sul do Líbano, cujos habitantes realizam chamadas de socorro para que os feridos sejam evacuados. A aviação israelense bombardeou também duas antenas de telecomunicações na região cristã de Kesrouan e outra estação de uma televisão libanesa nas colinas de Sannin, na mesma região. Densas colunas de fumaça sobem dos lugares atacados, segundo testemunhas.Em resposta, a milícia xiita libanesa Hezbollah lançou neste sábado 65 mísseis Katyusha em pouco mais de duas horas contra cidades e povoados judeus e árabes da Galiléia, ao norte de Israel.
Segundo os últimos dados oficiais, revelados pelo ministro da Saúde, Mohammed Jawad Khalife, o número de mortos em dez dias de ofensiva israelense superou os 362. Além disso, quase meio milhão de pessoas tiveram que abandonar seus lares e se encontram em uma situação catastrófica.
Forças de elite israelenses já estão fazendo incursões em território libanês para destruir posições de onde o Hezbollah dispara foguetes contra o norte de Israel em ataques que mataram 15 civis. Aviões israelenses continuaram ontem a espalhar nova leva de panfletos advertindo a população libanesa a abandonar a área ao sul do Rio Litani, a 20 quilômetros da fronteira. Cerca de 300 mil pessoas a maioria xiitas vivem na região, e não se sabe quantos já partiram, já que a destruição de dezenas de pontes pela aviação israelense dificulta ou impede a movimentação.
Apesar dos ataques, as tropas israelenses que ocupavam a aldeia libanesa de Marwaheen abandoram neste sábado a localidade, dando por encerrada as operações. Os soldados estão há três dias na aldeia no sul do Líbano, onde de acordo com fontes militares, segundo autoridades, encontraram uma a ampla rede de abrigos subterrâneos e instalações da milícia Hezbollah. O motivo do abandono não foi divulgado.
O Exército do Líbano, que tem se mantido à margem do conflito envolvendo as forças de Israel e a milícia Hezbollah , prometeu lutar contra a invasão terrestre de seu território, informou nesta sexta-feira o ministro da Defesa libanês, Elias Murr, à emissora Al-Jazeera, segundo notícia publicada pela edição eletrônica do jornal "Haaretz".
- O Exército libanês, e eu reitero, o Exército libanês vai resistir, defender e provar que é um Exército e merece respeito - afirmou a autoridade.
Na maior parte dos ataques anteriores, incluindo as operações de 1978 e a invasão de 1982, na qual Beirute foi ocupada, as forças oficiais libanesas se mantiveram distante dos combates.
O território do Líbano, especialmente no Sul do país, tem sido defendido pelo Hezbollah, que completou dez dias de ataques seguidos com foguetes contra o Norte de Israel , superando as expectativas iniciais.
Mas o poderio militar do país está debilitado, apesar das compras que o Líbano tem feito nos Estados Unidos e na França.
Nos Estados Unidos, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, está com viagem marcada para o Oriente Médio no fim de semana. Os americanos não estão interessados em pedir um cessar-fogo imediato e resistem à pressão das Nações Unidas, num reflexo de sua própria política de luta contra o terrorismo.
Nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, Condoleezza Rice disse também que os Estados Unidos apóiam o envio de uma força multinacional de paz, mas é improvável que tome parte do contingente.
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