Tropas israelenses posicionadas na fronteira com a Jordânia foram alvos de disparos nesta terça-feira (13), mas não houve feridos, segundo o Exército de Israel. A Jordânia negou que disparos tenham sido feitos do território do país.
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Uma porta-voz do Exército israelense disse apenas que "tropas foram alvejadas pelo lado jordaniano da fronteira" e que os "atiradores" não foram identificados.
A Jordânia assinou um tratado de paz com Israel em 1994. A maioria dos cinco milhões de jordanianos tem origem palestina, e houve protestos no país desde que a ofensiva israelense começou.
Esta terça-feira (13) é o 18º dia de ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que foi deflagrada para desarticular o movimento islâmico Hamas que controla Gaza. A operação militar começou após uma série de disparos de foguetes da Faixa de Gaza contra o sul do território israelense.
As forças de Israel reforçaram o controle sobre o entorno da Cidade de Gaza, e o militar mais graduado de Israel disse que "ainda há trabalho" a ser feito.
O ruído de explosões e metralhadoras ecoava por esta cidade de meio milhão de habitantes, depois que os tanques israelenses se aproximaram do centro, mas não o invadiram, segundo moradores.
Equipes médicas disseram que 12 atiradores palestinos, alguns deles integrantes do Hamas, foram mortos em combates pela manhã.
O Hamas disse ter detonado explosivos sob blindados de Israel e enfrentado forças apoiadas por disparos de helicópteros, aviões e navios.
Os militares de Israel disseram ter bombardeado por ar 60 alvos, inclusive postos de comando do Hamas, fábricas de armas e túneis usados para contrabandear material bélico do Egito para a Faixa de Gaza
Dois foguetes disparados por militantes atingiram a cidade israelense de Beer Sheba, sem fazer vítimas.
"Conseguimos muita coisa no sentido de atingir o Hamas e sua infraestrutura, seu regime e sua ala armada, mas ainda há trabalho pela frente", disse o general Gabi Ashkenazi, chefe do Estado-Maior de Israel, a uma comissão parlamentar.
"Estamos trabalhando para aprofundar o golpe contra seu braço militar, para reduzir o fogo (do Hamas), fortalecer a dissuasão e melhorar a situação de segurança para os moradores do sul de Israel que vivem sob a ameaça dos ataques (dos foguetes de militantes)", afirmou.
Um outro general israelense disse antes a jornalistas na frente de combate que suas forças estavam "reforçando o círculo" em torno da Cidade de Gaza.
Segundo o chefe dos serviços de emergência de Gaza, Muawiya Hassanein, desde o início da ofensiva, em 27 de dezembro de 2008, 919 palestinos já morreram, incluindo 277 crianças, 97 mulheres e 92 idosos. Os ataques deixaram ainda 4.100 palestinos feridos. Do lado de Israel, são 14 mortos - 4 civis alvejados por foguetes em Israel e 10 militares mortos em confronto.
Diplomacia
O Hamas informou nesta terça-feira que tem "observações substanciais" a respeito da proposta egípcia de trégua. O representante sênior do Hamas Moussa Abu Marzouq disse à rede de TV Al Jazeera que as "observações" têm a ver com "a posição da resistência em solo". Mas, segundo ele, há uma "possibilidade" de o grupo aceitar a proposta, com modificações.
Os ministros árabes das Relações Exteriores realizam na próxima sexta no Kuwait uma reunião extraordinária sobre a situação em Gaza, anunciou nesta segunda o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa.
A cúpula "examinará os acontecimentos relacionados à rejeição de Israel a aplicar a resolução 1860 do Conselho de Segurança da ONU", disse Moussa à imprensa.
Esta resolução, ignorada tanto por Israel quanto pelo movimento islamita Hamas, "conclama um cessar-fogo imediato, duradouro e plenamente respeitado, que leve a uma retirada completa das forças israelenses de Gaza".
O Hamas criticou a postura das autoridades egípcias nas negociações. Em declarações à rede de televisão catariana "Al Jazira", o representante do Hamas no Líbano, Osama Hamedan, afirmou que a reação egípcia a suas propostas não foi a que esperavam.
Abbas acusa
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, acusou nesta terça-feira (13) Israel de tentar "aniquilar" o povo palestino na Faixa de Gaza ao negar-se a deter sua ofensiva militar.
A agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinos (UNRWA) fez um dramático apelo pelo cessar-fogo. "Imploramos que pare a luta. Que cesse o fogo. Que seja um cessar-fogo formal, informal, dá no mesmo, mas pedimos que pare. A população está presa, continuam as mortes, os feridos e a destruição", afirmou John Ging, representante da UNRWA em Gaza.
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