O Exército israelense intensificou os ataques contra o Líbano nesta sexta-feira. Antes do amanhecer (horário local) a aviação israelense bombardeou o sul de Beirute, onde fica o reduto do Hezbollah. Ao menos duas pessoas morreram e 17 ficaram feridas, informou o canal de televisão Al-Manar, pertencente ao grupo guerrilheiro.

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Nesta manhã a aviação israelense lançou dois foguetes em uma pista de decolagem no aeroporto internacional de Beirute, disseram testemunhas e fontes da segurança.

O aeroporto está fechado desde que aviões de guerra bombardearam pistas de decolagem na manhã de quinta-feira (horário local), mas quatro aviões de carga da Middle East Airlines decolaram vazios para voar até o aeroporto de Amã, pouco antes do ataque.

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Na madrugada desta sexta-feira (horário local) aviões israelenses bombardearam a principal estrada que liga o Beirute a Damasco e uma ponte num subúrbio da capital. Também foram atacados depósitos de combustível da usina de energia Jiyyeh, no sul da cidade. O Exército libanês respondeu com fogo antiaéreo. Moradores escutaram pelo menos três explosões.

Também nesta sexta-feira jatos israelenses bombardearam uma base pró-Síria de guerrilheiros palestinos no leste do Líbano. Ainda não há informações sobre vítimas no ataque contra o comando geral da Frente Popular pela Libertação da Palestina perto do povoado de Koussaya, a oeste da fronteira com a Síria.

Na quinta-feira Israel bloqueou os portos libaneses e atacou o Aeroporto de Beirute e duas bases aéreas, intensificando a represália que já matou 55 civis no Líbano desde que o Hezbollah seqüestrou dois soldados israelenses, na quarta-feira.

O Hezbollah teria disparado mais de 80 foguetes contra o Norte de Israel, no maior bombardeio realizado pelo grupo xiita em dez anos. Haifa, a terceira maior cidade de Israel, foi atingida, segundo o Exército.

Em Washington, o embaixador israelense nos EUA, Daniel Ayalon, disse a jornalistas que o ataque a Haifa foi uma "importantíssima escalada [no confronto]". O Hezbollah negou ter disparado contra a cidade portuária.

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Não há relatos de vítimas em Haifa, que tem 250 mil habitantes. Mas paramédicos disseram que uma mulher morreu e 43 pessoas ficaram feridas em outros ataques com foguetes.

É a situação mais grave desde 1996, quando tropas israelenses ainda ocupavam parte do Sul do Líbano. O atual confronto coincide com uma importante ofensiva israelense na Faixa de Gaza para tentar resgatar outro soldado seqüestrado e impedir os disparos de foguetes palestinos.

Os EUA manifestaram preocupação com o destino do atual governo libanês, contrário à Síria, mas não fez críticas diretas à ação israelense.

- Israel tem o direito de se defender - disse o presidente George W. Bush na Alemanha. - O que Israel fizer não deve enfraquecer o governo no Líbano.

O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, mais tarde reiterou a acusação americana de que Síria e Irã são responsáveis pela escalada do confronto, chamando o Hezbollah de "subcontratado" do terrorismo pelos dois países.

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Os contínuos bombardeios israelenses no sul do Líbano mataram mais de 50 civis e feriram 110 pessoas, segundo fontes de segurança. Dez pessoas de uma mesma família morreram na aldeia de Dweir, e sete de outra família foram mortos em Baflay. Um soldado libanês também morreu.

O Líbano condenou a "agressão" israelense e, a seu pedido, o Conselho de Segurança da ONU marcou uma reunião especial. Israel e Líbano serão convidados à sessão.Bloqueio aeronaval

Os aviões israelenses bombardearam as pistas do aeroporto internacional de Beirute, obrigando os vôos a serem desviados para Chipre.

Mais tarde, Israel também atacou duas bases aéreas e, por mar, alvejou tanques de combustível no aeroporto da capital libanesa, segundo testemunhas. O incêndio de pelo menos um dos tanques iluminou o céu da noite de Beirute.

Aviões lançaram sobre um subúrbio da cidade folhetos sugerindo aos moradores que fiquem longe de escritórios do Hezbollah, segundo testemunhas.

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Um militar israelense disse que o bloqueio aeronaval será mantido durante o que ele disse ser uma prolongada ofensiva contra os guerrilheiros do Hezbollah no Líbano.

As embarcações israelenses que fazem o bloqueio marítimo rechaçaram três barcos que levavam combustível a Beirute, segundo uma fonte do setor naval. Um agente marítimo disse que as exportações estão paradas no porto, responsável por 95% do comércio libanês.

Três sucursais da rede de TV Al Manar, ligada ao Hezbollah, foram atacadas por helicópteros. Uma pessoa teria morrido, e dez ficado feridas.

As forças israelenses também planejam atacar a rodovia Beirute-Damasco, segundo um comunicado do Ministério da Defesa.

Os turistas fugiram do Líbano para a vizinha Síria, atualmente a única rota de comunicação com o resto do mundo. Pelo menos 15 mil veículos estrangeiros, a maioria do Golfo Pérsico, passaram pelo posto fronteiriço de Masnaa em direção à Síria, segundo as autoridades.

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Israel rejeitou a proposta do Hezbollah de trocar os soldados seqüestrados por prisioneiros árabes. O governo israelense teme que Ehud Goldwasser, de 31 anos, e Eldad Regev, de 26, sejam levados para o Irã.

O porta-voz da chancelaria iraniana, Hamid Reza Asefi, disse que Israel está "dizendo absurdos". O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que um eventual ataque israelense à Síria seria visto como uma agressão a todo o mundo islâmico e provocaria uma "dura resposta", segundo a TV estatal.

A União Européia e a Rússia criticaram os ataques de Israel ao Líbano. Chanceleres árabes decidiram realizar uma reunião de emergência no sábado no Cairo para discutir os ataques israelenses no Líbano e nos territórios palestinos. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, decidiu enviar três representantes ao Oriente Médio.

A crise abalou os mercados financeiros de Israel e do Líbano, pois os investidores temem que ela se agrave ou contamine a Síria.

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