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tensão

Israel irá expandir assentamentos após voto sobre palestinos na ONU

Manifestantes ultraconservadores de Israel protestam contra a presença palestina na Cisjordânia | REUTERS/Ronen Zvulun
Manifestantes ultraconservadores de Israel protestam contra a presença palestina na Cisjordânia (Foto: REUTERS/Ronen Zvulun)

Israel planeja construir milhares de novas casas para seus colonos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, informou uma autoridade israelense nesta sexta-feira (30), desafiando uma votação da Organização das Nações Unidas (ONU) que implicitamente reconheceu o Estado palestino nestas áreas.

A autoridade, que falou sob condição de anonimato, disse que o governo conservador do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, autorizou a construção de 3 mil moradias e ordenou o "zoneamento preliminar e planejamento de (outras) milhares".

O integrante do governo não deu mais informações. Mas a imprensa israelense disse que o governo buscou reforçar domesticamente sua rejeição à aprovação na Assembleia Geral da ONU da elevação do status palestino na entidade para "Estado observador não-membro".

Israel e os Estados Unidos se opuseram à resolução, que fortaleceu a reivindicação dos palestinos para toda a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, dizendo que a demarcação territorial deve ser abordada nas negociações de paz diretas.

A Casa Branca disse que o anúncio era "contraproducente" e que poderia tornar mais difícil o retorno às negociações.

"Reiteramos nossa longa oposição aos assentamentos e a construção em Jerusalém Oriental e anúncios", disse o porta-voz da Casa Branca, Tommy Vietor.

Os israelenses ficaram ainda mais irritados com o que consideraram um discurso inflamado do presidente palestino, Mahmoud Abbas, durante a Assembleia Geral, e disseram que a resolução negligenciava a segurança do Estado judeu e a necessidade de sua própria soberania ser reconhecida.

As negociações de paz estão paralisadas há dois anos em meio à ira palestina sobre os assentamentos israelenses contínuos. Os israelenses insistem que manterão blocos de assentamentos na Cisjordânia, sob qualquer acordo final, bem como toda Jerusalém como sua capital.

Esse status para a cidade santa nunca foi aceito na comunidade internacional, onde a maioria dos poderes considera os assentamentos ilegais por serem em terras capturadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

"Enquanto os palestinos fazem todo o possível para manter a solução de dois Estados viva, inclusive com a nossa votação nas Nações Unidas, ontem (quinta-feira), o governo israelense está fazendo todo o possível para destruí-la", disse o negociador palestino, Saeb Erekat, em resposta aos novos planos de assentamentos.

A Assembleia Geral da ONU, formada por 193 nações, aprovou por esmagadora maioria o reconhecimento implícito da soberania do Estado palestino depois que Abbas, em seu discurso, pediu aos membros que emitissem o que ele disse ser a sua longamente adiada "certidão de nascimento".

Aproximadamente 500 mil israelenses e 2,5 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Israel retirou colonos e soldados da Faixa de Gaza em 2005, após 38 anos de ocupação.

O enclave, na costa do mar Mediterrâneo, é governado pelos islâmicos do Hamas, que rejeitam a coexistência com Israel e travaram uma guerra de oito dias com o Estado judeu neste mês. O Hamas é rival da Fatah, movimento de Abbas.

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