Soldados israelenses mataram seis palestinos neste sábado (26) na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, no surto de violência mais sangrento dos últimos meses.
Três dos mortos pertenciam a um grupo militante dentro do Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, e suspeito de matar a tiros um colono judeu em uma emboscada na beira de uma estrada na quinta-feira.
Nabi Abu Rdainah, principal assessor de Abas, acusou Israel de inflamar as tensões e buscar minar os esforços apoiados pelos EUA para renovar as empacadas conversas de paz.
A violência irrompeu um dia antes do aniversário de uma guerra de três semanas em Gaza que matou cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses.
Os soldados mataram a tiros três palestinos suspeitos de tentar se infiltrar do território de Gaza, sob domínio do Hamas, disse uma porta-voz militar israelense.
Uma fonte de segurança do Hamas disse que os três atingidos aparentemente eram civis coletando metal velho em uma zona industrial perto da fronteira israelense.
Na cidade de Nablus, na Cisjordânia, soldados cercaram as casas de três membros da Brigada dos Mártires de al-Aqsa, uma facção do Fatah, e mataram os três.
O acontecimento enfureceu líderes palestinos do governo de Abbas, apoiado pelo Ocidente, e ameaça o equilíbrio de poder com o Hamas, que tomou Gaza dois anos atrás e procura ampliar sua influência na Cisjordânia.
"Grave escalada"
"Esta grave escalada mostra que Israel não tem interesse na paz e tenta explodir a situação", disse Nabil Abu Rdainah, assessor de Abbas, à Reuters.
"Israel está minando os esforços norte-americanos e internacionais para retomar as conversas de paz."
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayad, aliado próximo de Abbas, divulgou um comunicado dizendo que "condena fortemente" as mortes, que ele vê como "uma escalada extrema".
"Este é um dia triste para os palestinos", acrescentou Fayyad, expressando a esperança de que "não seremos arrastados para um círculo de violência, caos e instabilidade" e instando a comunidade internacional a intervir para evitar uma deterioração ainda maior da situação.
A porta-voz israelense disse que tropas lançaram um "ataque cirúrgico para capturar os perpetradores do ataque a tiros e durante a operação os tres envolvidos foram mortos."
A Rádio Israel disse que os militantes foram mortos após se recusarem a obedecer ordens para sair e se render.