Israel sinalizou nesta quinta-feira que não vai apressar qualquer conflito aberto com o Irã ou com a guerrilha libanesa do Hezbollah, aliada dos iranianos, apesar de acusá-los pelo ataque mortal a cidadãos israelenses na Bulgária.
Um homem-bomba matou sete pessoas em um ônibus que transportava turistas israelenses no aeroporto de Burgas, fazendo com que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometesse "reagir fortemente" ao que ele chamou de "terror iraniano".
As acusações de Israel, com base em suspeitas de que agentes iranianos e o Hezbollah têm tentado por anos desferir um golpe letal contra os interesses israelenses no exterior, provocaram especulações na mídia local de que o governo de Netanyahu agora poderia revidar com força.
Israel há muito tempo ameaça recorrer à força militar para conter o polêmico programa nuclear do Irã, mas o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, foi mais contido nesta quinta-feira sobre uma resposta ao ataque na Bulgária.
Falando à Rádio Israel, ele disse que o país iria "fazer tudo que for possível para encontrar os responsáveis, e aqueles que lhes enviaram, e puni-los" -- uma linguagem que parece sugerir uma ação secreta contra indivíduos.
O presidente Shimon Peres disse em sua página no Facebook que Israel iria "agir em cada ninho de terror, em todo o mundo.(Israel) tem os meios para fazê-lo e estamos determinados a agir com esse espírito".
A embaixada do Irã na Bulgária negou nesta quinta-feira as acusações israelenses de que o governo iraniano estaria por trás do ataque ao ônibus.
"As afirmações infundadas de vários estadistas do regime sionista, em conexão com as acusações contra o Irã sobre sua possível participação no incidente com a explosão do ônibus com turistas israelenses em Burgas, é um método familiar do regime sionista, com um objetivo político, e é um sinal da fraqueza... dos acusadores", afirmou a missão diplomática da República Islâmica em Sofia, em um comunicado.
Israel pode estar relutante em confrontar parceiros ocidentais ao se apressar para um confronto aberto, o que exigiria bastante de suas capacidades militares e possivelmente atrairia uma escalada iraniana contra os interesses norte-americanos, bem como interrupções do fornecimento global de petróleo.
Um conflito com o Hezbollah, que o Exército israelense diz ter estocado até 80.000 foguetes no sul do Líbano, traz o risco de inflamar essa fronteira em um momento em que o governo de Netanyahu está preocupado com a agitação na vizinha Síria.