O governo israelense afirmou nesta quarta-feira (12) que não cooperará com a investigação do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o conflito desta ano em Gaza, por considerar que suas descobertas foram "pré-determinadas".
O órgão das Nações Unidas, que deve apresentar seu primeiro relatório em março, pretende analisar a conduta de Israel e do Hamas durante os 50 dias de conflitos. No entanto, o governo israelense reduziu a credibilidade da investigação, acusando seu presidente, o canadense William Schabas, de "postura anti-israelense".
"Considerando o fato de que o comitê de Schabas não é um painel que busca analisar fatos, mas uma investigação cujos resultados são pré-determinados, Israel não cooperará com o comitê", afirmou o Ministério israelense das Relações Exteriores, em comunicado.
O ministério afirmou ainda que a decisão levou em conta a "obsessiva hostilidade do Conselho em relação a Israel".
Israel lançou uma ofensiva contra Gaza nos dia 8 de julho, com a meta de interromper os lançamentos de foguetes do Hamas através das fronteiras. Mais de 2.100 palestinos, a maioria deles, civis, morreram durante as sete semanas de conflitos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Em Israel, 67 soldados e seis civis morreram.
Schabas anunciou no início do mês que estava disposto a deixar de lado quaisquer visões possíveis sobre "acontecimentos do passado".
Na segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, nomeou o general aposentado holandês Patrick Cammaert para chefiar uma investigação sobre os ataques israelenses a instalações da ONU na Faixa de Gaza, e o uso dessas instalações para guardar armas.
O Exército israelense abriu cinco investigações criminais em setembro sobre suas operações na Faixa de Gaza, incluindo ataques que mataram quatro crianças palestinas em uma praia, e 17 pessoas em uma escola das Nações Unidas.