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Apoiadores da Palestina fazem manifestação em Ancara, Turquia: pressão contra Israel cresce em vários países | Adem Altan/AFP
Apoiadores da Palestina fazem manifestação em Ancara, Turquia: pressão contra Israel cresce em vários países| Foto: Adem Altan/AFP

Expulsão

Ativistas de barco irlandês são deportados

O governo de Israel começou a deportar ontem os ativistas do navio irlandês Rachel Corrie, abordado ontem pela Marinha israelense, numa operação que não deixou vítimas, ao contrário do que ocorreu na segunda-feira, quando o ataque tropas de Israel à "Frota da Liberdade" deixou nove mortos e dezenas de feridos. Sete integrantes do Rachel Corrie já estão na Jordânia.

"Todas as pessoas do navio serão deportadas, depois de terem assinado um documento em que abrem mão de recorrer à Justiça israelense contra a expulsão", disse a porta-voz do serviço de imigração de Israel, Sabin Hadad.

No total o barco levava 19 pessoas, sendo 11 ativistas e oito membros da tripulação. De acordo com a porta-voz Sabin Hadad a saída de Mairead Maguire, 66 anos, irlandesa ganhadora do prêmio Nobel da Paz, foi atrasada porque ela se recusava a assinar o documento obrigando-os a renunciarem seus direitos de apelarem contra a deportação.

  • Jovens israelenses da cidade de Ashkelon, sul da Israel, protestam contra foguetes disparados pelo Hamas

O embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Oren, disse que Israel rejeita a ideia de uma comissão internacional, proposta pela ONU, para estudar o ataque de Israel a um navio com o qual ativistas pretendiam chegar à Faixa de Gaza para ajuda humanitária e em que nove pró-palestinos foram mortos."Estamos discutindo com a administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, uma forma para que nossa investigação aconteça", afirmou Oren.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, defende uma investigação incluindo outros países. Ban falou no sábado com o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre a necessidade de se instalar uma comissão internacional de investigação.

A comissão seria integrada por Israel, Turquia e EUA, e o premiê neozelandês Geoffrey Palmer foi indicado como um possível presidente do grupo que investigaria o ataque israelense contra a "Frota da Liberdade".

Até o momento, o governo de Israel tem se mostrado hesitante em aceitar uma investigação internacional, mas a imprensa israelense chegou a cogitar ontem que a administração poderá ter que aceitar uma investigação conjunta e até mesmo abrir mão do bloqueio a Gaza, diante da crescente pressão internacional.

Netanyahu discutiu a proposta com Ban e planeja convocar uma reunião de gabinete para decidir sobre a presença ou não de Israel no painel.

Líderes de Israel têm afirmado publicamente sobre a intenção de abrir uma investigação própria com observadores internacionais a respeito da intercepção do navio de bandeira turca que aconteceu na última segunda-feira.

O formato de investigação liderada pelo Estado judeu somente com a participação de outros países, ao invés de uma comissão conjunta, foi sugerida pelos EUA ainda no fim da semana.

Sobre formas de flexibilizar o bloqueio a Gaza, o jornal Jeru­salem Post disse que os responsáveis pelo Ministério da Defesa israelense já contemplam a possibilidade de deixar passar barcos de ajuda humanitária que aceitem ser inspecionados por uma força internacional, possivelmente da ONU, antes de cruzarem a linha de bloqueio de 20 milhas da costa.

Mesmo assim, o premier de Israel repetiu hoje que Israel "não permitirá a criação de um "porto iraniano" em Gaza, nem a entrada livre de armas" no território.

O movimento que controla a região, o Hamas, conta com amplo apoio do governo de Mahmoud Ahmadinejad, no Irã.

A ONG Free Gaza, uma das organizadoras da "Frota da Liberdade", anunciou que uma nova tentativa de romper o bloqueio a Gaza deve ocorrer nos próximos meses. "Voltaremos", disse a organização em comunicado.

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