Israel disse à ONU nesta sexta-feira que se reserva ao direito de usar "todos os meios necessários" para interceptar navios com ajuda que, segundo o Estado judeu, planejam partir do Líbano em direção a Gaza, furando o bloqueio imposto ao território palestino.
Em uma carta ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança da entidade, a embaixadora israelense Gabriela Shalev, também pediu que o governo libanês evite que as embarcações deixem o país.
Uma onda de condenação internacional seguiu uma operação israelense contra uma flotilha de seis navios que levava ajuda humanitária a Gaza. Nove ativistas foram mortos.
Israel disse que seus comandos agiram em defesa própria.
Após as críticas, Israel disse na quinta-feira que aliviará seu bloqueio terrestre à Faixa de Gaza, que há três anos é controlada por militantes do Hamas. Mas disse que o bloqueio marítimo continuará.
Shalev disse que há indicações de que um pequeno número de navios planeja deixar o Líbano e que, enquanto organizadores dizem que desejam entregar ajuda humanitária a Gaza, "a natureza verdadeira de suas ações segue duvidosa".
Organizadores afirmaram o desejo de se tornarem "mártires" e que há uma "possível ligação" com o grupo militante libanês Hezbollah, disse Shalev.
"Como resultado, Israel não pode excluir a possibilidade de que terroristas e armas serão contrabandeadas nos navios em questão", escreveu a enviada israelense.
"Israel se reserva ao direito sob a lei internacional de usar todos os meios necessários para evitar que estes navios violem o bloqueio naval existente imposto à Faixa de Gaza", disse Shalev.
Ela também pediu que a comunidade internacional use sua influência para impedir os navios e evitar que seus cidadãos participem destas ações.