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Os líderes dos países da União Europeia decidiram, nesta quinta-feira, impor novas sanções ao Irã por causa do programa nuclear do país, informaram fontes diplomáticas. Com isso, vão além da quarta rodada de sanções contra o Irã, adotada este mês no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O líder do Parlamento do Irã, Ali Larijani, disse que Teerã irá retaliar a Europa por causa das sanções adicionais.

As novas sanções da UE incluem uma proibição a novos investimentos, assistência técnica e transferência de tecnologia para os setores de petróleo e gás do Irã.

O país persa tem a segunda maior reserva de gás natural e é o segundo maior exportador da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Cresce a pressão sobre companhias globais de energia em torno de suas atividades no Irã.

Os bancos iranianos e a Guarda Revolucionária também foram alvos de novas punições. A medida ocorre um dia após os EUA acrescentarem pessoas e companhias a uma lista negra, pondo-as sob risco de punições, caso as pessoas deixem o país, por exemplo. Na semana passada, o Conselho de Segurança impôs a quarta rodada de sanções ao país, pelo fato de Teerã se recusar a interromper suas atividades nucleares.

O texto fechado pelos membros da UE demonstra "preocupações crescentes sobre o programa nuclear iraniano". O Irã afirma que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos, mas Israel e as potências ocidentais temem que o país busque secretamente armas nucleares.

A União Europeia "permanece profundamente preocupada a respeito do programa nuclear do Irã e novas medidas restritivas viraram necessárias", disse o presidente da UE, Herman Van Rompuy, após uma cúpula que ocorreu hoje em Bruxelas e teve o foco principal em temas econômicos. Empresas iranianas de transporte marítimo e de transporte aéreo entrarão na lista negra europeia e serão proibidas de operar em território europeu. Integrantes da Guarda Revolucionária do Irã não receberão mais vistos de entrada em países da UE. Além disso, as sanções abrangem transações financeiras. As sanções não serão imediatamente aplicadas e antes terão que passar por especialistas, num intrincado processo que levará em conta as relações econômicas que cada país europeu têm com o Irã.

As sanções europeias estão em linha com medidas similares adotadas ontem pelos Estados Unidos.

Mas a Rússia - que na semana passada apoiou a quarta rodada de sanções no CS da ONU - denunciou nesta quinta-feira as sanções adicionais adotadas pelos EUA e a UE. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que sanções unilaterais estão erodindo os esforços internacionais para resolver o impasse nuclear iraniano.

Os EUA, a UE e Israel temem que o Irã continue a melhorar seu programa de enriquecimento de urânio até que possa produzir uma arma nuclear. O Irã nega com veemência as acusações e afirma que seu programa tem apenas objetivos pacíficos, como a produção de energia.

O líder do Parlamento do Irã, Ali Larijani, disse que Teerã irá retaliar a Europa por causa das sanções adicionais. "Os europeus não deveriam pensar em impor sanções ao Irã após a resolução do CS da ONU", disse Larijani, citado pela agência estatal de notícias IRNA. "Porque nesse caso, o Irã vai considerar a questão da reciprocidade". Larijani não entrou em mais detalhes.

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