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Tensão

Israel tem planos de ataque nuclear contra o Irã, diz jornal

Israel fez planos secretos para destruir instalações de enriquecimento de urânio do Irã com armas nucleares táticas, afirmou neste domingo o jornal britânico "Sunday Times".

O jornal disse que, segundo diversas fontes militares israelenses, dois esquadrões da força aérea de Israel vêm treinando para atacar uma fábrica de enriquecimento de urânio em Natanz usando bombas nucleares de baixa intensidade que destroem abrigos subterrâneos.

Outros dois locais, uma usina de água pesada em Arak e uma usina de conversão de urânio em Isfahan, seriam atingidas com bombas convencionais, de acordo com a reportagem.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no mês passado, por unanimidade, sanções econômicas contra o Irã. O objetivo é persuadir o país a encerrar a atividade de enriquecimento de urânio, que potências ocidentais temem levar à fabricação de bombas. Teerã insiste que seus planos são pacíficos e afirma que vai continuar o enriquecimento.

A porta-voz do governo israelense, Miri Eisin, recusou-se a comentar a reportagem do "Sunday Times". Israel não debate seu suposto arsenal atômico, seguindo uma "estratégia de ambigüidade" destinada a advertir os inimigos regionais e ao mesmo tempo evitar uma corrida armamentista.

- Não comentamos histórias como esta do 'Sunday Times' - disse Eisi.

Ministro israelense desmente reportagem

No entanto, o Ministério de Assuntos Exteriores de Israel desmentiu as informações sobre o suposto plano. Segundo o porta-voz do ministério, Mark Reguev, Israel deseja que o conflito seja resolvido por meios diplomáticos e apóia a resolução do Conselho de Segurança.

Em Teerã, o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Mohammad Ali Hosseini, disse em coletiva de imprensa que a reportagem do jornal "vai tornar claro para a opinião pública mundial que o regime sionista (Israel) é a principal ameaça à paz global à região".

Ele disse que qualquer medida contra o Irã não será deixada sem resposta e que o invasor se arrependeria do seu ato imediatamente.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pede que Israel seja "varrido do mapa". O governo israelense afirma que não vai permitir que o Irã adquira uma bomba.

Segundo o "Sunday Times", fontes disseram que um ataque nuclear seria usado somente se um ataque convencional fosse descartado e se os Estados Unidos se recusarem a interferir. O objetivo da revelação dos planos seria colocar mais pressão para Teerã encerrar o enriquecimento, disse o jornal.

A reportagem acrescenta que o plano israelense incluiria bombas convencionais direcionadas por laser para abrir "túneis" para os alvos. Ogivas nucleares seriam usadas depois na usina de Natanz, explodindo no subterrâneo profundo para reduzir a disseminação da radioatividade.

Pilotos israelenses voaram para Gibraltar nas últimas semanas para treinar a viagem de ida e volta de 3.200 quilômetros para os alvos iranianos, relatou o "Sunday Times", e foram mapeadas três possíveis rotas, incluindo uma sobre a Turquia.

Uma fonte da Defesa israelense, que não quis ser identificada, classificou a reportagem de "guerra psicológica".

- Se tivermos esta capacidade, acho extremamente improvável que usemos em um 'ataque tático' - disse a fonte. - A opção nuclear de Israel, se existir, é parte exclusivamente de uma doutrina de contra-ataque - acrescentou, em referência à estratégia de dissuasão, em que um país garante que pode retaliar de maneira pesada a um ataque catastrófico contra o seu território.

Washington disse que a força militar permanece sendo uma opção, mas insiste que sua prioridade é chegar a uma solução diplomática.

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