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O governo de Israel pediu desculpas e prometeu abrir um inquérito para apurar o bombardeio a um povoado libanês, na madrugada deste domingo, que deixou pelo menos 54 civis mortos, incluindo 37 crianças. Apesar de alegar "profundo pesar" pelo ataque, o mais sangrento lançado desde o início da ofensiva israelense contra o Hezbollah, que já dura 19 dias, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, garantiu que continuará a guerra contra o Hezbollah por pelo menos mais duas semanas.

O agravamento da crise na região provocou a realização de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU e o cancelamento da visita da secretaria de Estados dos EUA, Condoleezza Rice a Beirute, onde discutiria termos do cessar-fogo com líderes libaneses. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair , condenou o ataque a Qana e disse que é preciso "acelerar o processo" visando o fim do conflito. A Casa-Branca disse que Israel "precisa ter mais cuidado" a fim de evitar vítimas civis, mas se recusou a pedir um cessar-fogo imediato.

O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, agradeceu os esforços do Hezbollah em defesa da soberania do Líbano e disse que não negocia com Israel ou com Condoleezza Rice antes de um cessar-fogo incondicional.

Na madrugada deste domingo, mísseis israelenses arrassaram várias casas e derrubaram um prédio de três andares, onde uma centena de pessoas estava abrigada, em Qana.

A notícia do bombardeio em Qana parece ter servido como gota d'água para os libaneses. Num protesto que reuniu milhares nas ruas de Beirute , o prédio das Nações Unidas foi invadido e vandalizado, aos gritos de "Morte a Israel, Morte a América".

O ataque aéreo, realizado durante a madrugada local, reduziu a pó diversos prédios em Qana. Emissoras de TV do Líbano e outros países árabes mostraram imagens das dezenas de corpos de crianaças, com roupas de dormir, sendo retirados dos destroços e carregados nos braços por equipes da Cruz Vermelha.

- Filmem isto para os europeus e americanos. Isso é a civilização que nos trazem - gritava um homem com uma criança morta no colo.

- Isso é uma carnificina, uma carnificina - gritava uma mulher.

O governo de Israel responsabiliza o Hezbollah pela matança, já que a milícia xiita usa a área de Qana para disparar foguetes contra Israel.

O grupo radical islâmico promete retaliações.

"Esse horrível massacre não ficará sem resposta", disse o grupo em comunicado.

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