O discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na ONU sobre os avanços nucleares do Irã amenizaram as especulações de que Israel poderia ordenar uma guerra este ano.

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Analisando o discurso de quinta-feira (26) em que Netanyahu desenhou uma "linha vermelha" em uma figura de uma bomba para mostrar quão perto o Irã está da construção de armas nucleares, comentaristas viram o prazo para qualquer ação militar caindo no início ou meados de 2013, bem após as eleições americanas em novembro.

"O 'ano decisivo' de 2012 vai passar sem nenhuma decisão crucial", escreveu Ofer Shelah do jornal Maariv, na sexta-feira (27).

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Sem dizer isso explicitamente, Netanyahu insinuou que Israel atacaria as instalações iranianas de enriquecimento de urânio se estiverem em condições de processar material para possíveis armas além do limite.

O Maariv e outro diário de grande circulação de Israel, o Yedioth Ahronoth, disse que o primeiro semestre de 2013 agora parecia a data alvo de Netanyahu, dada a sua previsão de que até então o Irã pode ter acumulado suficientes 20 por cento de urânio enriquecido para uma primeira bomba, se for mais purificado.

Mas as primeiras páginas do jornal liberal Haaretz e do jornal pró-governo Hayom citaram meados de 2013 - estimativa por fora de Netanyahu para quando os iranianos estariam prontos para embarcar na última fase de construção de uma arma, o que poderia tomar apenas "alguns meses, possivelmente algumas semanas".

O Irã, que nega estar buscando armas nucleares, disse que o discurso de Netanyahu fez "alegações infundadas e absurdas" e que a República Islâmica "reserva para si o pleno direito de retaliação com força total contra qualquer ataque". Israel é amplamente considerado o único país no Oriente Médio a ter arsenal atômico.

Diplomatas israelenses estavam relutantes em elaborar sobre o discurso de Netanyahu, dizendo que o principal objetivo deste era ilustrar a ameaça do governo iraniano.

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Netanyahu elogiou a resolução de Obama em seu discurso na ONU, que o primeiro-ministro descreveu como um avanço para um "objetivo comum" - um forte sinal de que Israel não iria surpreender o governo norte-americano com um ataque unilateral ao Irã.