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O governo brasileiro conseguiu ganhar tempo para contornar as pressões do Paraguai pela mudança no Tratado de Itaipu. Ao final de um encontro de trabalho de 2h30 de duração no Palácio do Planalto, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo concordaram em criar uma "mesa de negociação", dentro de dez dias, para tratar das seis demandas apresentadas pelo novo governo paraguaio.

Todas as queixas versam sobre o aumento da receita do Paraguai com a venda do excedente de energia elétrica para o Brasil, algo que o Palácio do Planalto pretende atender sem recair em aumento nas tarifas no mercado doméstico. Descrita como "fraternal", entretanto, a reunião cimentou ainda mais as posições divergentes entre os dois lados.

O Paraguai exige do Brasil um preço justo pela energia, a nomeação para os cargos de diretor-financeiro e administrativo de Itaipu e a transferência da dívida da usina com o governo brasileiro para o mercado. O governo brasileiro acenou com a possibilidade de antecipar a compra de energia elétrica do Paraguai do período pós- 2023, quando terminará a vigência do tratado, e com o alongamento da dívida de Itaipu com o Tesouro Nacional e a Eletrobrás, que elevaria o pagamento do Brasil pela energia comprada do Paraguai.

"Os senhores conhecem as posições dos presidentes e dos governos dos dois países. Não houve mudança nessas posições", declarou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no fim do encontro. "Vamos ver o que pode resultar da mesa de negociações. Podem surgir idéias criativas e boas soluções que superem uma posição ideológica", completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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