As conversações sobre a realocação de uma importante base militar norte-americana na ilha de Okinawa foram suspensas, aprofundando o entrave entre os Estados Unidos e o Japão. O ministro de Relações Exteriores Katsuya Okada disse nesta terça-feira que o grupo de alto nível reunido para discutir a medida foi suspenso e não foi estabelecida uma data para a retomada das discussões, de acordo com a agência de notícias Kyodo.
A maioria dos moradores da ilha de Okinawa, no sul do Japão, quer que a base norte-americana seja fechada e que todas as suas atividades sejam retiradas da ilha. Segundo os moradores, a base representa uma ameaça à segurança das pessoas que vivem em suas proximidades e que reclamam de crimes e questões ambientais relacionados ao seu funcionamento.
A realocação da base aérea de Futenma está no centro da disputa entre Tóquio e Washington. Em 2006, Japão e Estados Unidos concordaram em transferir a base para um local mais ao norte. Mas o primeiro-ministro Yukio Hatoyama colocou o acordo em suspensão e indicou que o local de transferência poderia ser alterado.
Hatoyama, que assumiu o cargo em setembro, expressou seu apoio para a retirada da base da ilha, embora o governo anterior tenha concordado com os Estados Unidos que a nova instalação seria construída em Okinawa.
"Agora estamos esperando para ver se devemos realizar as discussões novamente", disse Okada, sem dar maiores detalhes, segundo a agência Kyodo. Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores não fez comentários sobre o assunto.
O porta-voz do Departamento de Estado P.J. Crowley subestimou a declaração de Okada, dizendo aos jornalistas em Washington, nesta terça-feira, que o secretário-assistente de Estado para o leste da Ásia, Kurt Campbell, trabalhou com funcionários japoneses nesta segunda e terça-feira sobre a questão da base militar.
"Nós continuamos nossas consultas com o Japão na medida em que trabalhamos nessas questões", disse Crowley. Os Estados Unidos, disse ele, acreditam que o atual plano de realinhamento é a melhor forma de reduzir o peso sobre Okinawa ao mesmo tempo em que mantém a aliança entre Estados Unidos e Japão.
O grupo de trabalho formado por Okada, o ministro da Defesa Toshimi Kitazawa e pelo embaixador dos Estados Unidos John Ross foi estabelecido no início de novembro e se reuniu duas vezes. A agência Kyodo informou que as conversações sobre o futuro da base tiveram pouco progresso.
Okada sugeriu na semana passada uma decisão sobre se a obediência ao pacto de 2006 não poderia ser definida até o final do ano, como Washington espera.
Para reduzir a presença em Okinawa, Tóquio e Washington concordaram em transferir cerca de 8 mil marines para o território norte-americano de Guan até 2014, mas o Exército dos Estados Unidos diz que o plano não pode seguir até que as instalações que vão substituir Futenma sejam concluídas.
Cerca de 50 mil soldados norte-americanos permanecem no Japão sob um pacto de segurança bilateral firmado após a Segunda Guerra Mundial.
Empresas enfrentam “tempestade perfeita” com inflação, contas do governo e alta de juros
Bancada governista faz malabarismo para acabar com escala 6×1; assista ao Entrelinhas
Vereadores de Cuiabá receberão mais de R$ 57 mil com “gratificação por desempenho”
Os verdadeiros democratas e o ódio da esquerda à democracia
Deixe sua opinião