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Um ex-integrante da SS nazista que está sendo julgado por assassinato admitiu nesta terça-feira ao tribunal que matou três civis holandeses durante a Segunda Guerra Mundial, mas afirmou que seguiu ordens. Heinrich Boere disse ao tribunal do Estado de Aachen, em comunicado lido por seu advogado Gordon Christiansen, que ele matou o proprietário de uma loja de bicicletas, um farmacêutico e outro civil em 1944, quando era membro do esquadrão Waffen SS.

"Como um simples soldado, eu aprendi a cumprir ordens", disse Boere em comunicado. "E eu sabia que se não cumprisse minhas ordens, quebraria meu juramento e seria alvo de tiros". O senhor de 88 anos pode ser condenado à prisão perpétua se condenado por três acusações de assassinato.

Boere não recorreu, como é comum sob o sistema de justiça alemão, mas Christiansen disse, após a audiência, que vai pedir sua libertação com base na declaração de que Boere precisava seguir ordens.

A acusação apresentou Boere como um voluntarioso membro da fanática Waffen SS, à qual ele se juntou pouco depois de os nazistas terem tomado a cidade onde cresceu, Maastricht, e o restante da Holanda em 1940.

Boere nasceu em Eschweiler, Alemanha, nas proximidades de Aachen, onde mora atualmente. Filho de um holandês e de uma alemã, ele mudou-se para a Holanda quando era criança.

Depois de ser voluntário da SS, ele lutou no fronte russo e acabou voltando à Holanda como parte da ``Silbertanne'', unidade formada em sua maioria por voluntários holandeses da SS responsável por assassinatos de represália contra compatriotas.

Boere disse ao tribunal que seus superiores disseram que suas vítimas seriam mortas em represália por ataques feitos pela resistência holandesa. "Em nenhum momento em 1944 eu agi com o sentimento de que estava cometendo um crime", disse Boere. "Hoje, depois de 65 anos, eu naturalmente vejo as coisas de uma perspectiva diferente."

Boere já havia admitido os três assassinatos às autoridades holandesas quando foi prisioneiro após a guerra, mas conseguiu escapar da prisão e voltar à Alemanha. Ele foi condenado à morte na Holanda, à revelia, em 1949, pena que posteriormente foi comutada para prisão perpétua, mas conseguiu ficar fora da cadeia até agora.

Também nesta terça-feira, o tribunal rejeitou uma moção da defesa segundo a qual o julgamento deveria ser suspenso porque constitui dupla condenação sob o acordo da União Europeia.

Os advogados de Boere argumentaram que, já que seu cliente foi julgado na Holanda em 1949, ele não poderia ser julgado novamente na Alemanha pelo mesmo crime. O julgamento será retomado no dia 11 de dezembro.

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