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Energia nuclear

Japão gastará US$ 400 milhões para acabar com vazamentos em Fukushima

O governo japonês gastará 40 bilhões de ienes (cerca de US$ 400 milhões) procedentes de fundos públicos reservados para solucionar os vazamentos de água radioativa da acidentada usina nuclear de Fukushima, informou nesta terça-feira a agência Kyodo.

A verba faz parte de um plano de medidas de emergência para tramitar o enorme volume de água contaminada que se acumula nos porões dos reatores da central e se verte diariamente no oceano Pacífico, explicou a "Kyodo" uma fonte do governo.

Acredita-se que este desembolso extraordinário, que procede de fundos reservados do orçamento para o presente ano fiscal, permitirá financiar as medidas necessárias para evitar que aumente o volume de água na central e para melhorar sua capacidade para reduzir o nível de radiação do líquido que armazena.

O acumulo de água contaminada também se somou a um vazamento altamente radioativo, detectado em um dos milhares de tanques que armazenam a água usada para resfriar os reatores.

O governo e a "Tokyo Electric Power" (TEPCO), operadora da usina, buscam transferir o mais rápido possível o líquido em questão para outros depósitos construídos com materiais mais sólidos para evitar novos vazamentos.

A instalação do Sistema Avançado de Processamento de Líquidos (ALPS, na sigla em inglês), que retira desta água contamida 62 tipos de substâncias radioativas, também é uma das medidas prioritárias, embora o programa não solucione o problema do trítio.

Para evitar que a água dos porões chegue ao mar, as autoridades prevê usar um sofisticado sistema para congelar o solo ao redor dos reatores e, desta forma, bloquear a passagem do líquido.

A verba orçamentária foi anunciada um dia depois que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmasse que seu governo desempenharia um papel central para solucionar a crise de Fukushima e que não deixaria a operadora TEPCO resolver o problema por si só.

O envolvimento do Executivo na crise reflete a gravidade da situação na usina, que, além dos fatores ambientais, também pode prejudicar a imagem da candidatura de Tóquio para os Jogos Olímpicos de 2020, os quais Madri e Istambul também aparecem como candidatas.

O próprio Abe defenderá no próximo sábado, dia 7 de setembro, o projeto de candidatura de Tóquio em Buenos Aires, onde o Comitê Olímpico Internacional (COI) elegerá a sede do evento esportivo que ocorrerá dentro de sete anos.

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