“Após o 11 de Setembro, os europeus disseram: ‘Nós somos americanos’. Agora, nós dizemos: ‘Je suis Bruxellois. Ik ben Brussel [eu sou belga]’“, afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, nesta sexta (25).
Na última terça-feira (22), atentados no aeroporto de Bruxelas e na estação de metrô Maalbeek deixaram ao menos 31 mortos e 300 feridos na capital belga.
“Temos uma mensagem aos que inspiraram ou cometeram os ataques aqui ou em Paris, Ancara, Túnis, San Bernardino e outros lugares: não nos deixaremos intimidar. Não iremos descansar enquanto não eliminarmos suas crenças niilistas e sua covardia da face da Terra”, disse Kerry.
Horas antes da chegada do secretário norte-americano, seis suspeitos de envolvimento nos ataques em Bruxelas foram presos. Outros dois homens que estiveram ativamente envolvidos nos atentados, no entanto, continuam foragidos.
Vítimas
Também nesta sexta, autoridades americanas revelaram que entre as vítimas de Bruxelas estão dois americanos. A identidade de todos os mortos e feridos ainda não foi revelada. Aos poucos, porém, estão vindo à tona informações sobre suas nacionalidades.
Sabe-se, por exemplo, que entre as vítimas estão uma pessoa de nacionalidade chinesa, uma britânica e ao menos duas holandesas.
Detenção
Na noite de quinta (24), a França divulgou a detenção de outro suspeito de envolvimento com o terrorismo em Argenteuil, subúrbio de Paris. Segundo o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, a captura permitiu desbaratar “um plano em estágio avançado” de um novo ataque na França. Em 13 de novembro de 2015, atentados coordenados na capital francesa deixaram 130 mortos.
Assim como os outros seis detidos pela Bélgica, a identidade do homem não foi oficialmente revelada.
No entanto, de acordo com fontes da agência Associated Press, trata-se de Reda Kriket, 34, francês procurado desde janeiro. De acordo com as informações repassadas à AP, Kriket foi condenado à revelia em julho, ao lado de Abdelhamid Abaaoud e outras 26 pessoas, a dez anos de prisão por fazer parte de uma rede de recrutamento de extremistas para lutar na Síria.
“Até o momento”, disse Cazeneuve, “não há nenhum elemento tangível que vincule o plano [do suspeito detido] com os atentados em Paris e em Bruxelas”.
Segundo as autoridades, Abaaoud foi o cérebro dos ataques de 13 de novembro de Paris. Ele morreu durante uma operação policial em 18 de novembro.
Acredita-se que tanto os ataques em Bruxelas quanto em Paris foram cometidos pela mesma célula da facção terrorista Estado Islâmico na Bélgica.