Uma apresentadora de TV pediu demissão ao vivo do canal russo Russia Today (RT) por "não poder fazer parte de uma televisão financiada pelo governo da Rússia que branqueia as ações de Putin".
"Tenho orgulho de ser norte-americana e acredito na divulgação da verdade", afirmou Liz Wahl, na quarta-feira (5) à noite, durante o noticiário emitido a partir das instalações da RT em Washington, nos EUA.
Ao vivo, a jornalista explicou aos telespectadores como os avós fugiram da perseguição soviética durante a revolução húngara:
"É por isso que, após este noticiário, eu me demito", disse.
De acordo com o New York Daily News, a renúncia pública de Liz Wahl aconteceu dois dias depois de uma outra jornalista televisiva, Abby Martin, ter condenado a intervenção militar russa na Ucrânia, também quando estava no ar.
"O que a Rússia fez está errado", disse Abby Martin na segunda-feira. "A intervenção militar nunca é a resposta, e eu não vou ficar aqui sentada me desculpando ou defendendo a agressão militar".
Pouco depois, a RT divulgou, em comunicado, que todos os jornalistas são "livres para expressar as próprias opiniões, e não apenas em privado, mas no ar". No mesmo comunicado, a RT garantiu que "não haverá absolutamente nenhuma represália contra Abby Martin".
Mas a RT também anunciou que Abby Martin vai ser enviada especial à Crimeia.
"No seu comentário, Abby Martin também observou que não possui um profundo conhecimento da realidade da situação na Crimeia", afirmou um porta-voz da RT. "Como tal, vamos enviá-la para a Crimeia para lhe dar uma oportunidade para formar a sua própria opinião a partir do epicentro da história".
Abby Martin afirmou, no entanto, que não vai para a Crimeia, "apesar da declaração proferida pela RT".
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