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As jornalistas norte-americanas Laura Ling e Euna Lee, que regressaram aos Estados Unidos nesta quarta-feira depois de libertadas da prisão na Coréia do Norte, disseram que foi o amor da família e de "pessoas totalmente desconhecidas" que as manteve firmes em sua difícil situação.

Depois que o avião entrou num grande hangar no aeroporto de Burbank, perto de Los Angeles, uma efusiva Ling, 32 anos, levantou os braços em triunfo enquanto descia as escadas. Lee, de 36 anos, abaixou-se para abraçar a filha de 4 anos, Hana, que não via há cinco meses.

As duas chegaram de madrugada ao aeroporto, acompanhadas do ex-presidente Bill Clinton, que obteve a sua libertação. Elas são jornalistas de uma TV a cabo que tem como um dos fundadores o ex-vice de Clinton, Al Gore.

"Para nossos parentes, amigos e àqueles que não conhecemos e que nos demonstraram tanto amor e nos enviaram tantos pensamentos positivos, nós agradecemos," disse Ling, tentando conter as lágrimas pelo alívio de voltar para casa.

"Pudemos sentir seu amor a todo o momento na Coreia do Norte. Foi o que nos manteve firmes nas horas mais sombrias. Foi o que sustentou nossa fé em que iríamos voltar para casa," declarou ela enquanto parentes, amigos e jornalistas as rodeavam.

Ling agradeceu a Clinton e sua "equipe superlegal" que foi a Pyongyang obter a libertação delas. As duas haviam sido condenadas a 12 anos de trabalhos forçados depois de serem detidas quando cruzaram a fronteira entre a China e a Coreia do Norte para fazer uma reportagem.

"Os últimos 140 dias foram a época mais devastadora de nossas vidas," disse Ling. "Estamos muito agradecidas por termos obtido anistia do governo da Coreia do Norte, estamos felizes por estar em casa e apenas ansiosas para dedicar algum tempo tranquilo a nossas famílias."

Embora tenha sido Clinton quem obteve a liberdade das duas mulheres em uma reunião com o líder norte-coreano, Kim Jong-il, o ex-presidente evitou aparecer.

Depois que as mulheres desembarcaram ele permaneceu por vários minutos no avião, um jato da Boeing de propriedade de um amigo, o produtor de Hollywood Steve Bing, e não falou com os jornalistas reunidos no hangar.

O silêncio de Clinton pode ser reflexo da situação política delicada que cercou sua missão, caracterizada pelo governo norte-americano como particular e não relacionada com os esforços para a retomada das conversações sobre proliferação nuclear com a Coreia do Norte, país governado por um regime comunista e isolado.

"Estou muito feliz pelo fato de, após passarem por essa provação, Laura Ling e Euna Lee estarem de volta e reunidas com suas famílias," disse Clinton em um comunicado divulgado por seu escritório. "Quando as famílias delas, o vice-presidente Gore e a Casa Branca me pediram para empreender essa missão humanitária, eu concordei."

Ling disse que Clinton foi decisivo para sua libertação. Ela afirmou que as duas temiam ser levadas a qualquer momento para um campo de trabalhos forçados mas, em vez disso, na terça-feira, foram conduzidas a um local onde Clinton as esperava.

"Sabíamos que o pesadelo de nossas vidas havia finalmente chegado ao fim," disse ela aos jornalistas.

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