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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Altas temperaturas no mundo todo fizeram de julho (verão no Hemisfério Norte) o mês mais quente da Terra nos tempos modernos, estabelecendo um novo recorde para o calor global em 137 anos de medições, disseram cientistas do governo dos Estados Unidos na quarta-feira.

O relatório da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) chega apenas dois dias depois que a agência espacial americana, a Nasa, divulgou seus dados climáticos, que também revelaram que julho quebrou recordes.

“Julho é normalmente o mês mais quente para o mundo, e o mês passado não decepcionou”, afirma um resumo do relatório mensal da NOAA. “Julho de 2016 foi 1,57 graus Fahrenheit (0,87 graus Celsius) acima da média do século XX, quebrando o recorde registrado no ano passado de julho mais quente por 0.11 graus”.

Cientistas dizem que a tendência de calor está sendo impulsionada pela queima de combustíveis fósseis, e é agravada pelo fenômeno de aquecimento do oceano conhecido como El Niño, que chegou ao fim no mês passado.

“A temperatura média mundial sobre a superfície terrestre e oceânica para julho de 2016 foi a mais alta tanto para um mês de julho quanto para qualquer mês no registro de dados da temperatura global, que data de 1880”, segundo a NOAA.

Julho de 2016 também marca o 15º mês consecutivo que bate recordes mensais de temperatura, “o período mais longo em 137 anos de registros”, disse a NOAA.

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Temperaturas escaldantes

O relatório constatou um calor acima da média na maior parte da Terra, com novos recordes observados em partes da Indonésia, sul da Ásia e Nova Zelândia.

Temperaturas escaldantes foram observadas em parte da região do Golfo, com vários locais em todo o Kuwait experimentando temperaturas superiores a 113º F (45º C) durante julho.

“A temperatura máxima mais alta durante julho de 2016 foi registrada em Mitribah, no Kuwait, quando o calor alcançou 126,5º F (52,5º C) no dia 22”, disse.

No Bahrein, a temperatura média de 96,8º F (36º C) no mês foi a mais alta temperatura para julho no país desde o início dos registros nacionais, em 1902. Nova Zelândia, Espanha e Hong Kong também foram excepcionalmente quentes.

Já os lugares que tiveram temperaturas perto da média ou mais frias do que o normal no mês passado incluem o noroeste dos Estados Unidos, Canadá oriental, sul da América do Sul, sudoeste da Austrália, centro-norte da Rússia, Cazaquistão e Índia.

As temperaturas dos oceanos também registraram um nível recorde, em meio a preocupações de que o aquecimento das águas está contribuindo para a disseminação do branqueamento de corais em todo o mundo.

A NOAA disse que as 13 maiores médias mensais da temperatura dos oceanos ocorreram todas nos últimos 13 meses.

Recordes de calor foram quebrados apesar de que o El Niño tenha terminado, e nem a tendência de aquecimento do fenômeno ou a tendência de esfriamento do La Niña prevaleceram no Oceano Pacífico tropical durante julho de 2016.

La Niña é “ligeiramente favorecida a se desenvolver durante agosto e outubro de 2016, com cerca de 55-60% de chance durante o outono e o inverno do hemisfério norte de 2016/17”, disse a NOAA.

Especialistas afirmam que 2016 está a caminho de se tornar o ano mais quente da era contemporânea.

A NOAA disse que os primeiros sete meses do ano foram o “período mais quente já registrado, com 1,85º F acima da média do século XX”.

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