Suprema Corte do Chile nega liberdade sob fiança para Fujimori

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Agências Internacionais

SANTIAGO DO CHILE, TÓQUIO e LIMA - A Suprema Corte do Chile negou um pedido de liberdade provisória sob fiança para do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, enquanto autoridades peruanas trabalham para obter sua extradição. Fujimori, que governou seu país de 1990 a 2000, é foragido da Justiça peruana e acusado de violação dos direitos humanos e corrupção. Ele viveu os últimos cinco anos no Japão e foi preso na segunda-feira, após chegar de surpresa ao Chile. A prisão foi efetuada a pedido de Lima.

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Os advogados do ex-presidente haviam pedido liberdade sob fiança até que o resultado das audiências sobre sua extradição, ainda não requisitada formalmente pelo Peru.

Fujimori, de 67 anos, está detido num prédio escolar que pertence ao sistema penitenciário do Chile.

Na noite de segunda-feira, centenas de peruanos enfrentaram-se diante da Embaixada do Chile em Lima, para manifestar apoio e repúdio a Fujimori. Durante a tarde, houve troca de insultos verbais entre ex-funcionários públicos demitidos por Fujimori e partidários do ex-presidente. À noite, o confronto acabou em brigas e pedradas. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

No Peru, um porta-voz do ex-presidente, Carlos Raffo, disse que "tudo o que está acontecendo é parte de uma estratégia cuidadosamente planejada por Fujimori".

- Ele está executando seu plano para voltar ao Peru.

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Fujimori afirma que pretende concorrer à Presidência do Peru em abril de 2006, apesar das acusações criminais.

Pesquisas recentes mostram que ele tem apoio de 15% a 20% dos eleitores. Fujimori governou o Peru de 1990 e 2000.

DESPERCEBIDO - Nesta terça-feira, o Japão negou que tenha pressionado Fujimori a deixar o país. Tóquio afirma que pediu ao Chile para tratá-lo de maneira justa.

Uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores do Japão disse ser lamentável que opiniões nesse sentido - aparentemente baseadas na idéia de que o Japão queria evitar críticas internacionais - existam no Peru.

O Japão não tem tratado de extradição com o Peru e se recusou a aceitar os pedidos de Lima para extraditar Fujimori, que enfrentaria acusações relacionadas ao assassinato de 25 pessoas por esquadrões da morte.

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Filho de imigrantes japoneses, Fujimori tem cidadania japonesa porque foi registrado junto a autoridades consulares do Japão no Peru quando era bebê.

- Ele tem cidadania japonesa. Como podemos enxotá-lo? É impossível - disse a autoridade, que pediu para não ter seu nome divulgado.

Mas o Japão não é o único país que parece constrangido pela viagem de Fujimori e suas implicações. Em seu trajeto até o Chile, que aliados dizem ser parte de um plano de retorno ao Peru, Fujimori teria passado despercebido pelo México e pelos EUA. A embaixada americana em Lima disse que, se o ex-presidente peruano entrou nos EUA, o fez com outro nome. Fontes da missão diplomática americana confirmaram que Fujimori não tem visto americano e há uma lei que obriga a capturar qualquer pessoa considerada foragida da Justiça.