Um tribunal egípcio condenou ontem o presidente deposto do país Mohamed Mursi à morte sob a acusação de assassinato, sequestro e outros crimes durante uma fuga em massa de uma prisão em 2011.
A corte, que já havia condenado Mursi e mais de cem pessoas à morte em maio, confirmou a sentença após consulta ao grão-mufti do Egito, autoridade religiosa que tem um papel consultivo. O veredicto pode ser revertido no Tribunal de Apelações do país. O guia geral da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie, e outros quatro líderes da instituição também foram condenados à morte. Mais de 80 outras pessoas foram sentenciadas à pena capital à revelia.
Mursi se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito após a queda em 2011 do presidente Hosni Mubarak, que estava há décadas no poder, mas foi derrubado pelo Exército em 2013, após protestos em massa contra seu governo.
“Esse veredicto é um prego no caixão da democracia no Egito”, disse Yahya Hamid, ex-ministro e membro da Irmandade, em entrevista em Istambul. Desde a queda de Mursi autoridades egípcias têm reprimido os islamitas, em uma operação que resultou na morte de centenas e na prisão de milhares de pessoas.