Desde que a sentença de morte do ex-ditador e dois de seus antigos colaboradores foi confirmada, na terça-feira (26), aumentaram as especulações sobre uma provável data da execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, que deveria acontecer num prazo de até 30 dias, de acordo com as leis iraquianas.
Na quinta-feira (28), um alto representante do governo americano afirmou que a morte de Saddam aconteceria no sábado (30), mas o Ministério da Justiça iraquiano negou a informação nesta sexta-feira (29). Uma alta autoridade do Ministério da Justiça disse à agência Reuters que Saddam não será executado antes de 26 de janeiro, 30 dias depois de sua apelação ter sido rejeitada.
Saddam Hussein foi condenado à morte em novembro pelo Alto Tribunal Penal do Iraque, pela execução de 148 xiitas em Dujail (60 km ao norte de Bagdá) nos anos 80. Os advogados de Saddam foram convocados nesta sexta-feira (29) a recolher os objetos pessoais do ex-ditador. Um advogado de defesa, que não quis ser identificado, disse que o ex-presidente havia sido transferido da custódia de forças dos Estados Unidos para o governo iraquiano, mas o Ministério da Justiça negou o fato.
De acordo com a rede de televisão americana "NBC", o ex-presidente iraquiano seria executado até o domingo (31). Segundo informações divulgadas na quinta-feira pela rede "NBC", Saddam seria enforcado antes do começo da Festa do Sacrifício muçulmana, que começa neste fim de semana. A rede norte-americana citou como fonte de informação um militar americano de alta patente que pediu para não ser identificado.
"Ninguém pode evitar a execução" de Saddam Hussein, condenado à morte por enforcamento, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, em um encontro com familiares de algumas vítimas do ex-ditador. "Depois que foi decidido pela corte, ninguém pode opor-se à decisão de executar o criminoso Saddam", disse Maliki. "Aqueles que rejeitam a execução de Saddam estão minando a dignidade dos mártires do Iraque."
Apelo
Giovanni di Stefano, um dos advogados de Saddam, afirmou nesta quinta-feira que pediu aos Estados Unidos que não entreguem o ex-ditador, que consta como seu prisioneiro de guerra, às autoridades iraquianas para execução. Di Stefano disse ao canal via satélite "Sky" que os Estados Unidos "têm em suas mãos" o futuro de Saddam e podem se negar a entregar o ex-ditador ao Iraque "por não ter tido um julgamento justo".
O advogado italiano afirmou que enviou o pedido à Comissão de Direitos Humanos dos Estados Unidos, e considerou "um julgamento político" o processo contra o presidente iraquiano. Em carta ao povo iraquiano, Saddam Hussein disse que subirá ao patíbulo "como um mártir".
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