Dinamite
Resgate utiliza explosivos
Equipes de resgate que tentam encontrar sobreviventes do naufrágio do navio Costa Concordia, na Itália, passaram ontem a utilizar explosivos para tentar acessar partes isoladas da embarcação onde consideram que possam estar algumas das 29 pessoas que continuam desaparecidas.
Duas explosões foram realizadas logo cedo com dinamites para permitir que mergulhadores e bombeiros entrassem em partes da embarcação às quais ainda não tinham tido acesso.
A embarcação de 114,5 mil toneladas está virada de lado, com um grande rombo aparente acima da linha da água.
Os proprietários do Costa Concordia atribuíram ao comandante do navio a culpa pelo acidente. Ele teria ordenado na noite de sexta-feira a aproximação da Ilha de Giglio, na costa oeste italiana, para "saudar" a população local.
Folhapress
Sem explicação, o número de desaparecidos sobe para 29
Um dos problemas em torno dos trabalhos de resgate no Costa Concordia é a dificuldade de se saber o número exato de desaparecidos. Até segunda-feira, eram 16. Ontem, sem explicações, subiu para 29.
Eles seriam, de acordo com as autoridades locais, 14 alemães, 6 italianos, 4 franceses, 2 americanos, 1 húngaro, 1 indiano e 1 peruano. Estavam a bordo no momento do acidente 4.229 pessoas.
Mas uma jornalista do diário italiano La Stampa disse ter visto a lista de desaparecidos feita pela equipe de coordenação de crise do prefeito local, Giuseppe Linarda, e que ela tem 40 nomes, dez dos quais italianos.
Uma prioridade estabelecida pelas autoridades, além de seguir com as buscas por sobreviventes, é garantir a retirada segura dos 500 mil galões de combustível do navio, uma vez que ele naufragou num santuário de golfinhos e baleias.
A firma holandesa de salvamento de navios Smit, a cargo da operação, calculou que o prazo para conclui-la é de duas a quatro semanas.
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A promotoria da província de Grosseto, na região da Toscana, determinou ontem que Francesco Schettino, de 52 anos, capitão do navio Costa Concordia, que naufragou na sexta-feira passada perto da Ilha de Giglio, ficará em prisão domiciliar em Meta di Sorrento, perto de Nápoles, enquanto avança o processo judiciário.
Schettino foi acusado de homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), naufrágio e abandono do navio que comandava, segundo informações dadas pelo promotor de Justiça da província de Grosseto, Francesco Verusio. Schettino se declarou inocente. Caso seja condenado, a sentença é de até 15 anos de prisão.
"O capitão defendeu seu papel na direção do navio após a colisão, o que, na visão dele, salvou centenas, senão milhares de vidas", disse Bruno Leporatti, advogado de Schettino.
O naufrágio do navio, que transportava 4,2 mil pessoas, deixou pelo menos 11 mortos (5 foram encontrados ontem) e 29 pessoas ainda estão desaparecidas. A Capitania do Porto de Livorno divulgou, ontem também, uma gravação que confirma o abandono do navio. O diálogo é entre Schettino e o chefe da Capitania de Livorno, Gregorio De Falco.
"Volte para o navio. É uma ordem. Não invente mais desculpas. Você declarou abandono de navio. Agora eu é que mando. Volte para o navio! Está claro? Você está me ouvindo? Vá e me ligue quando estiver a bordo. Minha equipe de resgate aéreo está lá", disse De Falco diante das evasivas de Schettino.
"Mas você se dá conta de que está escuro e que não podemos ver nada...", respondeu o comandante do Costa Concordia. "E daí? Você quer ir para casa, Schettino? Está escuro, e você quer ir para casa? Vá para essa proa usando a escada e me diga o que pode ser feito, quantas pessoas há e quais são suas necessidades. Agora!", devolveu De Falco.
Equipes de socorro da Guarda Costeira trabalham com pressa e contra o tempo, porque o clima deverá piorar hoje perto da Ilha de Giglio, onde a embarcação está encalhada. Ainda existem chances de sobreviventes serem encontrados, mas elas são remotas.
Emergência
O ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse que o governo poderá declarar estado de emergência na costa da Toscana nas próximas horas. O governo teme que 2,4 mil toneladas de combustível ainda armazenadas nos tanques do navio vazem e provoquem um desastre ambiental no Arquipélago Toscano.
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