A fiscal geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou que o líder opositor Leopoldo López, detido na prisão militar de Ramo Verde, poderá votar nas eleições legislativas deste domingo (6).
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) vai disponibilizar uma urna de votação para que López, líder do Vontade Popular, deposite seu voto, explicou Díaz, pouco depois de ela própria votar em um colégio de Caracas.
A fiscal disse que caberá ao CNE decidir se ele votará de dentro da prisão ou se será levado a um centro de votação próximo a Ramo Verde.
Minutos depois, o reitor principal do CNE, Luis Emilio Rondón, disse à rádio Unión que o órgão vai acatar com todos os processos para que López vote e afirmou esperar que seja providenciado rapidamente.
Mais tarde, a mulher de López, Lilian Tintori, votou em Chuao e disse a jornalistas que o CNE levará uma urna até Ramo Verde.
“Não o deixam sair na rua porque têm medo de que as pessoas o vejam, já que ele transmite esperança”, disse pouco após votar, segundo o jornal venezuelano “El Nacional”.
A defesa do líder opositor entrou na terça-feira (1º) com um recurso para permitir que ele vote nas eleições, argumentando que, como a sentença não está consolidada em instâncias superiores, López não perdeu o direito ao voto.
López cumpre pena de 13 anos e nove meses de prisão por incitação à violência, associação criminosa, dano ao patrimônio e incêndio durante os protestos que convocou em 12 de fevereiro de 2014.
Em entrevista ao jornal espanhol “El Mundo”, ele pediu que os eleitores que votem em massa nas eleições parlamentares deste domingo (6) como um primeiro passo para a mudança democrática que debilitará o que chamou de ditadura.
O opositor também fala sobre a necessidade dos venezuelanos se reconciliarem após anos de “polarização promovida por este governo autoritário e repressor”.
Ele afirma ainda que a nova Assembleia Nacional resultante das eleições deste domingo terá a responsabilidade histórica de impulsionar a mudança política e fazer frente aos que “usurpam o poder da República”, em alusão ao chavismo. “Se os venezuelanos majoritariamente pedem mudança, caberá à liderança política definir uma rota pacífica, constitucional e oportuna para consegui-la”, diz López.
Os venezuelanos escolherão os 167 representantes da Assembleia Nacional. As pesquisas de intenção de voto mais conceituadas apontam para vitória da oposição em números absolutos. A divisão dos distritos, no entanto, pode reverter a situação a favor do governo. A mudança na distribuição de cadeiras privilegiou redutos do chavismo e é mais uma das medidas para tentar diminuir a influência dos opositores a Maduro.
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