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O líder líbio, Muamar Kadafi, fez um alerta às potências ocidentais que estão lançando ataques aéreos sobre seu país que elas desencadearam uma guerra entre cristãos e muçulmanos que pode fugir do controle.
Estados ocidentais intervieram na Líbia depois que a Organização das Nações Unidas (ONU) os autorizou a proteger civis que disseram estar sendo atacados por forças pró-Kadafi, mas Trípoli afirma que a operação militar foi um ato de agressão injustificado.
"Se continuarem, o mundo vai mergulhar em uma guerra de cruzada real. Eles iniciaram algo perigoso que não pode ser controlado e que fugirá ao controle deles", disse um texto de Kadafi lido na televisão estatal.
"Os líderes que decidiram lançar uma guerra de cruzada entre cristãos e muçulmanos de lados opostos do Mediterrâneo e que... mataram... números enormes de civis na Líbia enlouqueceram com o poder e querem impor a lei da força sobre a força da lei," dizia o texto.
"Eles também destruíram os interesses compartilhados de seus povos e do povo líbio, solaparam a paz, exterminaram civis e querem nos fazer voltar para a Idade Média."
Nos primeiros dias do conflito, Kadafi fez vários discursos televisionados, mas ele não é visto em público há vários dias. Autoridades dizem que ele foi forçado a mudar sua rotina depois de um ataque aéreo atingir o complexo fortemente guardado em Trípoli onde ele tem sua residência principal.
Otan
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu o comando de todas as operações na Líbia às 3 horas (horário de Brasília) desta quinta-feira (31). Segundo a BBC, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, informou que é contra a ideia de armar os rebeldes líbios. A ideia é contrária a do presidente norte-americano Barack Obama, que na terça-feira (29) chegou a considerar essa opção como tentativa de derrubar o governo de Muamar Kadafi.