O furacão Katrina, uma das tempestades mais ferozes da temporada, castigou duramente nesta segunda-feira o Sudeste da Louisiana e o Sul do Mississippi, após chegar ao território americano por volta das 6h(8h em Brasília). Alabama e Flórida também sentem o impacto da tempestade, o segundo golpe de Katrina contra os EUA - na semana passada, o sul da Flórida foi afetado. O presidente dos EUA, George W. Bush, declarou Louisiana e Mississippi áreas de desastre.

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Há incontáveis relatos de danos estruturais extensos a prédios e inundações em várias ruas e estradas. Nova Orleans, a histórica cidade turística abaixo do nível do mar com a qual havia maior preocupação, foi poupada da zona mais perigosa da tempestade, mas estima-se que os danos da tempestade, ainda assim, tenham sido catastróficos. Um ligeiro desvio na rota do furacão nesta manhã reservou à costa do Mississippi os piores ventos. O estado enfrenta as conseqüências da tempestade pelo menos até amanhã.

Ainda não é possível mensurar os danos, mas há estimativas de que este será o furacão mais custoso da História dos EUA - mais até do que o Andrew, de 1992, que custou US$ 20,9 bilhões às seguradoras. O cálculo geral dos danos varia de US$ 26 bilhões a US$ 31 bilhões. Para enfrentar as conseqüências do Katrina, empresas americanas estão calculando que as seguradoras venham a ser obrigadas a desembolsar até US$ 26 bilhões.

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Passados os ventos mais intensos, Nova Orleans ainda grandes inundações e apenas nem começou a contar os prejuízos. O dano mais surpreendente foi na cobertura do Louisiana Superdome, o gigantesco estádio de futebol americano que a prefeitura de Nova Orleans transformou em abrigo. Grandes pedaços foram levados pelo vento. Cerca de 10 mil pessoas abrigam-se no estádio desde domingo, enquanto cerca de 1 milhão de pessoas fugiu da cidade. No domingo, chegou-se a estimar que 30 mil pessoas estariam no estádio, o que não se confirmou nesta segunda-feira. Faltou energia elétrica no local e choveu na arena. As pessoas foram sendo levados para uma área onde a estrutura é de concreto e mais abrigada. O Superdome era considerado o mais seguro dos dez locais cadastrados como abrigos pela prefeitura. Vários dos outros abrigos tiveram que fechar as portas, por causa de inundações.

MONSTRO - A tempestade Katrina tocou terra em Grand Isle, no delta do Mississippi, na Louisiana, e avançou pela costa da Louisiana, rumando para Nova Orleans. Os ventos máximos constantes eram de cerca de 230 quilômetros por hora. Duas horas depois, por volta das 8h, os ventos eram de 213 quilômetros por hora - o que mantinha o Katrina na categoria quatro, a segunda maior na escala que mede a intensidade dessas tempestades. Às 10h, o furacão havia perdido força a ponto de mudar de categoria - passou à três -, mas os ventos ainda eram de 200 quilômetros horários. Ao meio-dia, a tempestade perdera ainda mais força: os ventos máximos constantes eram de 163 quilômetros por hora, e Katrina caiu para a categoria dois. Duas horas depois, Katrina foi rebaixado à categoria um, com ventos de 152 quilômetros por hora.

O furacão Katrina não é apenas uma tempestade muito forte. É também muito grande. Os ventos com força de furacão chegaram a estender num raio de 200 quilômetros nesta segunda-feira.

No domingo, Katrina alcançara a categoria cinco e atingiu ventos constantes máximos de 280 quilômetros por hora. Apesar de não chegar aos EUA com a força de um furacão cinco, os danos potenciais são gigantescos, porque Katrina tem em seu caminho uma região vulnerável. Nova Orleans está 70% abaixo do nível do mar e cercada por uma região pantanosa. Diques protegem a cidade, um importante destino turístico, mas havia temores de que eles não resistissem à enorme ressaca e enchentes previstas.

Entretanto, enquanto avançava pelo continente, a tempestade desviou-se um pouco para leste, o que poupou Nova Orleans do que do lado mais perigoso da área central da tempestade (o esquerdo) e da elevação de mais de oito metros do nível das águas, que chegou a ser prevista. Ainda assim, as cheias podem ser catastróficas e há relatos esparsos de diques sendo ultrapassados, casas debaixo d'água e pessoas procurando abrigo nos telhados.

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- A única coisa com que eu me preocupei foi a água. Não nos preocupamos com o vento - disse Cray Bruce, em Crowley, a 260 quilômetros de Nova Orleans, enquanto fugia.

No final da madrugada, os ventos em Nova Orelans já tinham força de furacão: 135 quilômetros por hora. Por volta das 6h (8h em Brasília), 350 mil endereços estavam sem energia elétrica na região de Nova Orleans.

Durante o êxodo do dia anterior, quatro pessoas morreram, segundo a imprensa local. Estima-se, porém, que muitos turistas não tenham conseguido abandonar Nova Orleans, porque tiveram vôos cancelados e não conseguiram alugar carros para partir.

Há previsão de tornados na região ao longo do dia. O alerta para furacão vigora da Louisiana à divisa do Alabama com a Flórida.

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