O diretor dos serviços de segurança da Ucrânia acusou nesta sexta-feira a Rússia de "invasão direta" do território, depois da entrada dos primeiros caminhões do controverso comboio humanitário enviado por Moscou ao leste do país, reduto dos separatistas pró-Rússia.
"Afirmamos que é uma invasão direta. Sob a cínica aparência da Cruz Vermelha, estes são veículos militares", afirmou Valentin Nalivaichenko, diretor da agência de segurança SBU, citado pela agência de notícias ucraniana Interfax.
Outra fonte de Kiev afirmou que Moscou é "completamente responsável" pela segurança do comboio, que entrou em território separatista.
Dos quase 300 caminhões que integram o comboio, quase 100 haviam atravessado a fronteira às 9H30 GMT (6H30 de Brasília), segundo Paul Ricard, observador da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
Ele disse que apenas 34 passaram por uma inspeção entre quinta-feira e a madrugada de sexta-feira, mas que a carga dos demais não foi inspecionada.
"Estes caminhões serão utilizados pelos rebeldes para o transporte de armas", afirmou o diretor da SBU, antes de completar que os alimentos transportados pelo comboio também seguirão para os insurgentes, e não apenas para os civis.
O ministério ucraniano das Relações Exteriores denunciou "as violações flagrantes do direito internacional e da inviolabilidade das fronteira" e afirmou temer "provocações deliberadas".
"Nem a parte ucraniana nem a Cruz Vermelha sabem o que está dentro dos caminhões, o que nos preocupa especialmente", afirma um comunicado.
"Toda a responsabilidade da segurança desta carga está com a Rússia", completa o ministério.