A líder francesa de extrema-direita Marine Le Pen procurou reviver sua campanha presidencial neste sábado (18), dizendo que ela seria a única oposição genuína aos partidos estabelecidos cujas propostas políticas levariam a França a uma tragédia ao estilo grego.
Le Pen, que substituiu seu pai como líder da Frente Nacional no ano passado, buscou alargar o apelo do partido para além de seu tradicional eleitorado anti-imigrantes e atrair uma geração mais jovem de votantes.
Ela ocupa a terceira posição em pesquisas de opinião apenas dois meses antes da primeira rodada de eleições em 22 de abril. Em janeiro ela chegou a estar apenas dois pontos atrás do presidente conservador Nicolas Sarcozy, mas ela recuou nas últimas semanas.
"A campanha começou de verdade", disse Le Pen a repórteres no início do congresso anual da Frente Nacional na cidade de Lille, no norte da França. "Nós precisamos rebater aqueles partidos que nos fizeram ajoelhar. Eu sou a única oposição ao UMPS (a UMP, partido de Sarcozy, e o Partido Socialista, de François Hollande). Esses são os candidatos da troika (grega) e nós não podemos nos render a eles".
Le Pen anunciou uma série de propostas políticas em janeiro para equilibrar as contas da França, incluindo a taxação de importações, pressionar o Banco Central por empréstimos baratos ao invés de mercados de dívidas e dar aos cidadãos franceses prioridades sobre estrangeiros por empregos.
Sua plataforma anti-euro e protecionista ressonou, especialmente entre votantes da classe trabalhadora que estão desiludidos com as mazelas econômicas desde o início da crise financeira global. Mas a maioria dos analistas dá descrédito a seu programa econômico.
Le Pen criticou a troika -o Fundo Monetário Internacional, a União Europeia e o Banco Central Europeu-, que exigiu que a Grécia imponha medidas austeras em troca de um pacote de resgate.
"A troika une a Comissão Europeia, o Banco Central e o FMI contra o povo", disse ela. "Em nome da moeda única, ela está atirando os gregos às ruas. Você acha que ela esquecerá Paris? Não, ela está a caminho".
Uma pesquisa da BVA na sexta-feira mostrou que Sarkozy tem uma vantagem de 11 pontos sobre Le Pen na primeira rodada de eleições, embora Hollande ainda derrotaria confortavelmente seus adversários na disputa de 6 de maio.
Sarkozy anunciou oficialmente nesta quarta-feira que concorrerá a um segundo mandato contra Hollande e Le Pen, que deram início a suas campanhas vários meses atrás. Ele prometeu "retornar ao público sua voz" por meio de plebiscitos, começando com um sobre uma proposta para fazer os desempregados ativamente procurarem empregos.
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