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O primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, fez um pedido de cessar-fogo imediato neste sábado, afirmando que os ataques israelenses que desde quarta-feira na região transformaram o Líbano numa área de desastre necessitando de ajuda internacional. Neste sábado, ataques aéreos israelenses resultaram na morte de 32 pessoas no Líbano. Em Israel também houve ataque das forças do Líbano, mas sem notícias de vítimas.

- Pedimos um cessar-fogo imediato apoiado pela ONU – disse Siniora numa entrevista à imprensa em Beirute.

Siniora disse também que pretende "trabalhar para estender a autoridade do estado a todos os territórios, em cooperação com a ONU no sul do Líbano". A ONU mantém uma forca de paz no sul do Líbano exatamente onde o Hezbollah atua. Segundo o governante, seu país é o "último a saber o que se passa, mas o primeiro a pagar o preço".

- Declaro hoje o Líbano uma área de desastre em necessidade de um amplo e rápido plano árabe... E que apela a seus amigos no mundo para agilizarem ajuda - disse Siniora.

Ao menos cem pessoas, dos quais 96 civis, foram mortos desde quarta-feira, quando Israel decidiu revidar ao ataque liderado pelo Hezbollah, que capturou dois soldados israelenses e matou outros oito. Desde então, quatro civis foram mortos por bombardeios do Hezbollah deste então. Neste sábado, ofensivas israelenses mataram mais de 30 pessoas.

Na sexta-feira, o líder do Hezbolla, Sayyed Hassan Nasrallah , afirmara, em pronunciamento à TV Al-Manar, rede oficial do Hezbollah, que triunfará sobre Israel em ataques não apenas contra Haifa, mas a outras cidades importantes ao sul do país.

A situação no Líbano preocupa a comunidade internacional. A cúpula do G8 de São Petersburgo teve início neste sábado em um clima de grande preocupação pela escalada da violência no Oriente Médio. Na Rússia, o presidente dos EUA, George W. Bush, e o presidente russo, Vladimir Putin responsabilizaram o Líbano pela ofensiva israelense. Enquanto isso, países árabes e nações do Ocidente manifestaram a necessidade de intermediação externa para uma solução. O secretário-geral da Liga Árabe, Amir Moussa, disse neste sábado que o processo de paz no Oriente Médio fracassou e pediu ao Conselho de Segurança das Naçoes Unidas que intervenha para interromper a escalada da violência na região. Enquanto isso, diferentes nações ocidentais pediram à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e ao ministro do Exterior, Frank-Walter Stenmeier, que ajam como mediadores no conflito no Oriente Médio, informou neste sábado a revista alemã "Der Spiegel".

Em Bagdá, o governo iraquiano apoiado pelos EUA classificou como criminosos os ataques israelenses contra o Líbano e a Faixa de Gaza. O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, alertou para o risco de um recrudescimento da violência no Oriente Médio. O premier expressou sua opinião em comunicado, em raro pronunciamento sobre assuntos que não se refiram ao Iraque.

Israel acusa envolvimento do Irã

Segundo uma fonte do serviço de inteligência do Exército de Israel, o grupo Hezbollah teve ajuda do Irã, que mantém uma centena de combatentes no Líbano, no ataque da noite de sexta-feira à noite a um navio da Marinha israelense.

Exigindo anonimato, a fonte afirmou que o míssil que atingiu a embarcação era do tipo terra-mar de médio alcance e guiado por radar do tipo C-102, que é produzido no Irã.

Estrangeiros em fuga

Com o recrudescimento da violência no Líbano, após o início dos ataques do Hezbollah a Israel na quarta-feira centenas de estrangeiros europeus que vivem no país começaram um movimento de retirada neste sábado , incentivado pelas autoridades de seus países. De São Petersburgo, onde participa do encontro do G8, ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que um avião da FAB foi deslocado para atender aos brasileiros que vivem no Líbano e pediram ajuda ao consulado local para deixar o país em função dos bombardeios israelenses. Um grupo de 17 brasileiros já deixou o Líbano em um ônibus fretado pelo Itamaraty em direção à cidade de Adana, na Turquia. De lá, eles seguirão para Istambul, onde embarcariam no vôo da FAB ou seriam encaixados em vôos comerciais. Segundo o Itamaraty, às 11h deste sábado (horário de Brasília) o ônibus já estava na Síria.

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