O primeiro-ministro interino deu entrevista coletiva ao lado da embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Susan Rice| Foto: REUTERS/Mohammed Salem

O primeiro-ministro interino da Líbia disse na segunda-feira que está pronto para nomear um governo que conduza o país a suas primeiras eleições plenamente democráticas. Ele não deu detalhes sobre a equipe, que pode afetar o delicado equilíbrio de poder no novo e frágil Estado.

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Três meses depois de Muamar Kadafi fugir de Trípoli em meio a uma revolta contra seu governo de 42 anos, Abdurrahim El-Keib disse que nomeará um ministério de especialistas na terça-feira e não cederá às pressões vindas de todos os lados para a partilha do poder.

"Usaremos a competência como uma medida básica e dessa forma seremos capazes de incluir todas as regiões da Líbia. Vocês verão", disse Keib em uma entrevista coletiva ao lado da embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Susan Rice.

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Keib, que trabalhou como acadêmico nos EUA durante boa parte do governo de Kadafi, disse muitas vezes que pretende nomear um governo provisório "tecnocrata", que escolherá candidatos com base na competência - e não na política.

No entanto, as tensões entre as diversas facções militares e regiões aumentaram, como demonstrado pela captura no sábado (19) de Saif al-Islam, filho de Kadafi, no deserto no sul do país.

Os combatentes da cidade de Zintan, nas Montanhas Ocidentais, que o capturaram no sábado, vão mantê-lo na fortaleza deles até que o governo central seja formado. Eles afirmam que a medida é para garantir que ele não seja morto nas mãos de outro grupo armado, como ocorreu com o pai dele em Sirte no mês passado.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse em Genebra ter pedido às autoridades líbias autorização para visitar Saif al-Islam na prisão e esperava que a visita ocorresse em breve.Nove meses depois do início do levante que deflagrou uma guerra civil e acabou derrubando Kadafi, o ministério de Keib terá a missão de reconstruir um país devastado pelo conflito e por décadas de ditadura que esvaziaram muitas instituições.

O governo deverá ficar no poder até meados no ano que vem, quando devem ocorrer eleições para uma assembleia constituinte.

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Keib afirmou que discutiria as indicações com o Conselho Nacional de Transição (CNT), o organismo que liderou o esforço de guerra contra Kadafi e governou o país depois da queda dele.

"Decidimos que amanhã é a data em que anunciaremos o governo, mas estamos trabalhando duro para garantir que o que temos é algo sólido, coeso, capaz de executar o trabalho", acrescentou ele.

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