O governo brasileiro recebeu informações de que os contratos de companhias do país serão respeitados por um novo governo da Líbia, apesar de o Brasil não ter apoiado a rebelião, afirmou o chanceler Antonio Patriota nesta terça-feira.

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Os rebeldes parecem estar perto de pôr fim à liderança de 42 anos de Muamar Kadafi, e aumentaram as preocupações de que um novo governo líbio poderia punir empresas de países como China e Brasil, que não deram suporte ao movimento de oposição ao regime.

"A mensagem que nos foi transmitida (pelos rebeldes) é que há grande apreço com a contribuição que o Brasil tem dado ao desenvolvimento da Líbia... e que os contratos serão honrados", disse Patriota sobre a atuação de empresas brasileiras no país africano.

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"Essa é a nossa preocupação principal e não tem por que duvidarmos dessa palavra", acrescentou o chanceler. Ele citou Petrobras, Queiroz Galvão e Odebrecht entre as empresas brasileiras que atuam na Líbia.

A Petrobras informou que vai esperar o posicionamento de um provável novo governo na Líbia para definir se retoma ou não as atividades exploratórias no país. A companhia operava uma área de exploração lá, mas retirou todos os funcionários no momento em que a revolta ganhou corpo.

Uma autoridade da petrolífera líbia AGOCO disse à Reuters que um governo liderado pelos rebeldes poderia ter alguns "problemas políticos" com Rússia, China e Brasil sobre a falta de apoio desses países.

A China respondeu pedindo que a Líbia protegesse seus investimentos e afirmando que o comércio de petróleo entre eles beneficiava os dois países.

Mais cedo, Patriota havia dito à Reuters não acreditar em represálias econômicas a empresas brasileiras por parte de um governo formado por rebeldes na Líbia.

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O Brasil não apoiou fortes sanções contra Kadafi e defendia um fim negociado ao conflito. O país também está entre as nações que se abstiveram em março na votação que aprovou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU autorizando o uso de força para impor uma zona sem voos.

O Brasil ainda reconhece Kadafi como líder legítimo da Líbia, embora, segundo a Agência Brasil, uma bandeira rebelde estivesse hasteada na embaixada líbia, em Brasília, nesta terça.

"O Brasil reconhece Estados, não reconhece governos, (portanto) não se trata de adotar alguma manifestação a respeito deste ou daquele governo neste momento", disse Patriota.

"O Brasil apoia as aspirações do povo líbio por liberdade, por democracia", afirmou.

Mais de 30 governos, incluindo Estados Unidos e importantes nações europeias, reconheceram o Conselho Nacional de Transição dos rebeldes como representante legítimo da Líbia.

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