Eleito na França terá de enfrentar políticas da UE, dizem analistas
O posicionamento de François Hollande na campanha eleitoral contra as medidas de austeridade da União Europeia (UE) conquistou eleitores insatisfeitos e o levou à vitória nas eleições francesas do último domingo.
O líder do partido de esquerda radical Syriza, Alexis Tsipras, que recebeu na terça-feira a incumbência de formar o governo de coalizão na Grécia, descartou sua participação em um grupo que apoie os ajustes impostos pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de respaldo financeiro.
"O veredicto do povo exclui um governo que aplique o memorando (que detalha as medidas de austeridade) e o acordo de empréstimo", disse Tsipras, em referência aos resultados das eleições legislativas de domingo, nas quais seu partido se tornou a segunda força política do país.
Os conservadores e os socialistas que formavam a coalizão foram duramente punidos nas urnas por terem adotado o programa de austeridade e não conseguiram alcançar os 151 deputados necessários para formar a maioria parlamentar.
"Caso os dois partidos desejem uma aliança com o Syriza, eles devem apenas escrever (à UE e ao FMI) para anular estes compromissos", completou Tsipras, que tem prazo de três dias para tentar formar um governo.
Dívida
A Grécia se comprometeu, entre outras coisas, a aplicar, a partir de junho, uma série de cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros até 2015.
Saído das urnas como principal partido de oposição na Grécia depois de ter triplicado seus resultados com relação aos de 2009, o Syriza, de Tsipras, fez uma campanha totalmente oposta à austeridade e solicitando o não pagamento de uma parte da dívida.
"Que o país tenha ou não tenha governo não nos deixa indiferentes, mas o importante é saber em qual direção será governado", destacou Tsipras.
Caso uma nova maioria não seja formada, os gregos devem convocar novas eleições até o fim de junho.
Nesse contexto, o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, disse que se a Grécia não aplicar o plano previsto, entrará em default.
"O país caminha rumo à catástrofe. Se não houver um governo de unidade nacional nos próximos dias, parece inevitável que haja novas eleições em junho e a vitória contra o rigor é evidente", alertou o jornal liberal Kathimérini em seu editorial de ontem.
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