O apoio ao presidente do Equador, Rafael Correa, continua a crescer antes do referendo convocado para aprovar uma nova Constituição, mostraram pesquisas nesta terça-feira (19).

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A nova Carta Magna deve ampliar os poderes do dirigente, um político de esquerda.

O especialista em pesquisas Santiago Perez disse que os resultados de sua enquete, divulgados na sexta-feira à noite, mostravam que o apoio à nova Constituição elevou-se a 50 por cento, perto da maioria necessária para aprová-la. A oposição ao texto constitucional rondava a casa dos 27 por cento.

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Correa, um ex-professor de faculdade, é popular entre os equatorianos por realizar gastos pesados em programas sociais e por causa de suas promessas de combater uma antiga classe política enraizada no poder e apontada pelo presidente como a culpada pela instabilidade que ajudou a derrubar os três antecessores dele no cargo.

A nova Carta Magna daria ao dirigente mais poder sobre o Poder Legislativo e sobre o Poder Judiciário. Além disso, permitiria a reeleição dele uma vez mais.

Adversários de Correa, ex-ministro da Economia e aliado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, dizem que o líder equatoriano deseja amealhar poderes ditatoriais.

Em outra pesquisa divulgada na terça-feira, essa do instituto CMS, o apoio à Constituição aumentou 4 pontos percentuais em relação ao resultado anterior, para 43 por cento. O CMS entrevistou, por telefone, 21.943 pessoas.

"Mesmo depois dos embates com a Igreja e com os partidos políticos, Correa continua a ter muita credibilidade", afirmou a um canal de TV o principal especialista do instituto, Santiago Cuesta, acrescentando que 24 por cento dos eleitores opunham-se ao texto constitucional.

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Líderes da Igreja Católica do Equador afirmam que a nova Carta Magna abre as portas para o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, algo negado por Correa. Segundo especialistas, essa desavença poderia custar votos ao presidente no referendo de 28 de setembro.

As pesquisas mostraram que algo entre 26 e 38 por cento dos eleitores continuavam indecisos.

A enquete de Santiago Perez entrevistou 1.380 pessoas e possuía uma margem de erro de 4 pontos percentuais.