A deputada María Corina Machado, uma das principais líderes da oposição da Venezuela, disse que a resolução da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) sobre a crise da Venezuela é "uma vergonha".

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O bloco decidiu criar uma comissão para que assessore e busque mecanismos para restaurar a convivência pacífica na Venezuela. Em comunicado, os países ainda pediram que o governo de Nicolás Maduro e "todas as forças políticas" se reúnam para alcançar a paz no país.

Machado considerou "sumamente grave" que os chanceleres da Unasul não tenham se referido à repressão das forças de segurança, assim como as denúncias de violações de direitos humanos. E pediu que os países reflitam sobre as denúncias de abusos governamentais na Venezuela.

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"É obrigatório que reflitam antes que venham apoiar um regime que viola de forma massiva e sistemática os direitos humanos e que fizeram da repressão e da tortura uma política de Estado", disse.

Para ela, a declaração contrasta com um anúncio feito por um grupo parlamentar latino-americano, que pedirá ao Tribunal Penal Internacional que processe Maduro por crimes contra a humanidade devido à repressão à oposição no país.

A opositora ainda acusou Cuba de interferir na repressão política e pediu a expulsão imediata dos militares do país comunista que estariam nas Forças Armadas venezuelanas.

Mortos

As declarações ocorrem no dia em que a Promotoria elevou para 28 o número de mortos nos protestos na Venezuela desde o início de fevereiro. Outras 365 pessoas ficaram feridas, sendo 109 policiais e guardas nacionais.

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Para a procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega Díaz, o direito à manifestação tem limites. "Os cidadãos podem protestar pacificamente e sem armas. O que começou com uma manifestação pacífica, se transformou em uma situação de caos e violência".

Sobre as violações de direitos humanos, ela afirmou à Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que a Promotoria abriu 42 investigações contra membros do governo sobre possíveis abusos na repressão policial.