Os palestinos não farão uma nova Intifada contra Israel apesar da frustração com o impasse no processo de paz, disse na segunda-feira o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
O líder palestino mantém a recusa em negociar enquanto Israel não congelar a ampliação dos seus assentamentos na Cisjordânia. Mas, durante visita à Argentina, depois de uma escala na semana passada no Brasil, Abbas afirmou que os palestinos não irão recorrer a uma revolta como a de 2000-2005, marcada pela ação de militantes e homens-bomba e duramente reprimida por Israel.
"Deus nos livre de uma nova Intifada. O povo palestino não está pensando nisso", disse ele. "O povo palestino só está pensando no caminho para a paz e as negociações. Não retomaremos uma Intifada porque já sofremos demais".
Pouco antes da visita de Abbas, o presidente de Israel, Shimon Peres, também esteve na América do Sul. Na sua passagem por Buenos Aires, ele pediu à presidente Cristina Kirchner que ajude a mediar o processo de paz.
Cristina e Abbas criticaram o plano anunciado por Israel na semana passada para construir 900 novas casas em um assentamento da Cisjordânia incorporado ao município de Jerusalém. A presidente argentina também pediu aos Estados Unidos que aumentem seu envolvimento no processo de paz.
"Para construir a paz, além de encontrar um terreno comum e respeito pelo direito internacional, temos de ter a vontade de obter a paz", disse ela. "Acho que esse é um elemento-chave, e os Estados Unidos sinceramente podem fazer mais do que estão fazendo atualmente a respeito disso".
Na semana passada, no Brasil, Abbas e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também condenaram a ampliação dos assentamentos judaicos e exigiram a criação de um Estado palestino independente.