O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta segunda-feira sua defesa ao programa nuclear iraniano, aproveitando a visita do presidente do país islâmico ao Brasil, Mahmoud Ahmadinejad. Ele destacou que a iniciativa iraniana deve ter fins pacíficos.
Por sua vez, o líder iraniano apoiou a inclusão do Brasil entre os integrantes permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um dos objetivos da política externa do governo brasileiro. O presidente Lula informou que pretende visitar o Irã no primeiro semestre de 2010.
"Aquilo que o Brasil defende para nós, nós defendemos para os outros", destacou o presidente Lula durante entrevista de imprensa conjunta no Palácio do Itamaraty.
Em uma visita marcada por protestos contra o presidente iraniano, ambos os presidentes defenderam a não-proliferação de armas nucleares.
"Os dois países procuram um mundo livre de armas de destruição em massa, particularmente armas nucleares", afirmou Ahmadinejad.
Citando o exemplo do Brasil, onde as comunidades judaica e árabe convivem de forma pacífica, Lula lembrou que seu governo é favorável à criação de um Estado palestino independente que assegure a segurança de Israel. A afirmação se confronta com o posicionamento de Ahmadinejad, que já fez declarações polêmicas defendendo a extinção de Israel e negando o Holocausto.
"O Irã pode ter um papel decisivo, não só no Oriente Médio, mas também na Ásia Central. Confiamos na experiência milenar de sua cultura para forjar uma ordem internacional harmônica em sua própria região", destacou Lula.
Antes de Ahmadinejad, o presidente Lula recebeu a visita dos presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
O presidente brasileiro também fez uma menção indireta às informações de que o Irã apoia o Hamas, grupo islâmico que mantém uma disputa com a Autoridade Nacional Palestina.
"Será particularmente importante a contribuição iraniana para lograr a unidade dos palestinos, sem a qual suas aspirações de liberdade não poderão ser alcançadas", comentou.
Campanha negativa
Já o presidente iraniano criticou a postura dos países ocidentais, os quais acusou de promover uma política de dominação econômica, cultural e bélica. Ele rechaçou as acusações de que o programa nuclear de seu país tem como objetivo a construção de armas nucleares.
Ahmadinejad disse também que o Irã, que teria sido o autor da proposta de obtenção de urânio enriquecido no exterior, não chegou a um entendimento com as Nações Unidas sobre o programa devido a uma campanha de propaganda promovida pelos países ocidentais, segundo a qual o Irã teria sido enfraquecido por essa solução.
"A atual conjuntura internacional não pode permanecer como tal. Existe uma necessidade de mudança", disse Ahmadinejad.
"A presença do Brasil no Oriente Médio pode levar a um aperfeiçoamento da cooperação bilateral e multilateral. Pode também ajudar na promoção da paz e da estabilidade", acrescentou.
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