Primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, foi eleito presidente da União Europeia| Foto: Reuters

Líderes europeus escolheram nesta quinta-feira o primeiro-ministro da Bélgica, Herman Van Rompuy, para ser o primeiro presidente da União Europeia. O encontro dos 27 líderes em Bruxelas "tomou a decisão de nomear o Sr. Van Rompuy" para o cargo, disse uma fonte diplomática europeia.

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"Van Rompuy é o novo presidente", acrescentou um fonte diplomática da República Checa. Os líderes também escolheram Catherine Ashton, do Reino Unido, para ser a chanceler da UE, disseram as fontes diplomáticas. Catherine Ashton é comissária de Comércio da UE.

A UE emitiu um comunicado no qual declarou que Van Rompuy será um presidente "excelente". Ele disse em declarações iniciais que a luta ao desemprego e a questão ambiental são duas das suas maiores preocupações.

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As escolhas coroam anos de agitados esforços para dar uma voz a uma Europa unida no palco mundial, compatível ao seu peso econômico. As indicações dos líderes sugeriram que a necessidade de chegar a um compromisso foi mais importante que o desejo de grandes nomes, como o do ex-primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, de chegar à presidência da UE.

Espera-se que os dois novos cargos deem à UE um papel maior em grandes questões mundiais, como a mudança climática, o terrorismo e a expansão do livre comércio, em meio à ascensão da China, Índia e Brasil.

Os dois cargos foram criados pelo Tratado de Lisboa, que entrará em vigor em menos de duas semanas, em 1º de dezembro. O pacto é vago a respeito do que o presidente europeu deverá fazer, além de encorajar mais integração entre os países da Europa.

Enquanto inicialmente a figura do presidente europeu foi vista como um cargo maior, grande parte da atenção agora está no cargo de chanceler, que terá um peso na decisão do orçamento de € 7 bilhões (US$ 10,5 bilhões) em ajuda externa do bloco e chefiará um corpo diplomático de 5.000 pessoas.

Ashton, que nunca foi eleita antes para um cargo público e é amplamente desconhecida fora da Grã-Bretanha, parecia uma escolha improvável. Ela conquistou o cargo após o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ter apresentado o seu nome mais cedo, com apoio dos líderes de esquerda da Espanha, Portugal, Grécia, Eslováquia, Eslovênia e Áustria. Ashton, de 53 anos, foi ministra e líder dos trabalhistas britânicos na Câmara dos Lordes em 2007. Ela tem uma história como ativista contra as armas nucleares. Ela é comissária de Comércio da UE há um ano e sua experiência em política externa é escassa.

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Van Rompuy, de 62 anos, teve sua candidatura à presidência apoiada pelo governo da Suécia, particularmente pelo primeiro-ministro sueco Fredrik Reinfeldt, que chefiou a cúpula desta quinta-feira. Antes da cúpula, ele teve uma reunião com o rei da Bélgica, Alberto II, para discutir a possível sucessão no comando da chefia do governo belga no caso de ser eleito, o que se confirmou.

Van Rompuy é um tecnocrata. Belga com o flamengo como língua materna, ele é um democrata-cristão pouco conhecido na Europa e mesmo na Bélgica, onde adota um perfil discreto. Um comentarista belga disse recentemente: "Van Rompuy abre a boca só para respirar".

Ele virou primeiro-ministro da Bélgica em 2008, quando seu antecessor foi derrubado durante uma amarga disputa entre belgas franceses (valões) e belgas flamengos.

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