A tensão na Costa do Marfim se intensificou neste sábado (25) após líderes do Oeste Africano ameaçarem conduzir uma operação militar para forçar o ditador Laurent Gbagbo a conceder a presidência ao oposicionista Alassane Ouattara. Os dois disputam o poder há quase um mês, após ambos terem declarado vitória nas eleições presidenciais de 28 de novembro. O aumento da pressão internacional acentuou a crise.

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Os líderes do Oeste Africano disseram que farão uso "legítimo da força" para retirar Gbagbo do poder. Pelo menos 173 mortes foram confirmadas por violência relacionada à eleição presidencial e as Nações Unidas dizem que o número pode ser maior, já que estão impedidos pelo presidente de investigar as alegações de mortes. Homens mascarados e portando morteiros bloqueiam o acesso a locais que se acredita serem valas comuns de mortos durante manifestações contra o presidente.

Gbagbo recusa-se a deixar a presidência apesar da pressão internacional das Nações Unidas, dos Estados Unidos, da França, da União Europeia e da União Africana. A comunidade internacional reconhece Ouattara como vencedor das eleições presidenciais de novembro, embora Gbagbo mantenha o controle do exército nacional.

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O presidente do bloco regional da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano (ECOWAS, pelas iniciais em inglês), James Gbeho, disse que o grupo de líderes do Oeste Africano deu um "ultimato" a Gbagbo, pedindo que saia pacificamente. O bloco regional de 15 países do Oeste Africano fez a declaração após seis horas de reunião de emergência em Abuja, Nigéria, para discutir o impasse na Costa do Marfim, temendo uma nova guerra civil, como a de 2002-2003. Gbeho disse que o bloco enviará uma delegação de alto escalão para se reunir com Gbagbo e dizer-lhe para deixar a presidência.

Gbagbo declarou vitória após seus aliados desaparecerem com 500 mil urnas de regiões do norte do país onde Ouattara possui forte apoio, deixando indignados os residentes, que dizem ser tratados como estrangeiros em seu próprio país. "Caso o Sr. Gbagbo não atenda a demanda imutável do ECOWAS, a comunidade não terá outra alternativa senão tomar outras medidas, incluindo o uso legítimo da força, para atingir os objetivos do povo da Costa do Marfim", disse a ECOWAS em nota distribuída após o encontro dos líderes.

O presidente do ECOWAS acrescentou que as autoridades de defesa irão se reunir para discutir "um plano de ações futuras", incluindo provisão de segurança na fronteira da Costa do Marfim com a Libéria, para o caso de a mensagem não ser acatada.

Até o momento houve pouco interesse internacional em uma intervenção militar no país. Os Estados Unidos e a União Europeia mantêm sanções que têm como alvo Gbagbo, sua esposa e seus aliados políticos. Centenas de funcionários das forças de paz protegem o hotel onde Ouattara está. As informações são da Associated Press.

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