A Liga Árabe disse hoje que o regime de Bashar al-Assad teve "inteira responsabilidade" no suposto ataque com armas químicas na periferia de Damasco, na semana passada. Para o grupo, o uso do armamento foi um "crime hediondo".A condenação é feita em meio a ações de Estados Unidos, França e Reino Unido que podem levar a uma intervenção militar na Síria pela primeira vez. Os três países consideram que houve uso de armas químicas no país árabe e responsabilizaram o regime de Bashar al-Assad.
Em comunicado, o bloco composto por países do Oriente Médio e do norte da África disse que os autores do ataque são criminosos de guerra devem ser levados ante a justiça penal internacional. A entidade também pediu ao Conselho de Segurança da ONU medidas mais incisivas para dar fim ao conflito sírio.
Em comunicado, a Liga Árabe encorajou à comunidade internacional a agir para "interromper as violações e os crimes de genocídio realizados pelo regime sírio há mais de dois anos". Além disso, pediram apoio para os rebeldes sírios, a quem respaldam desde o ano passado.
Um dos aliados do regime sírio e integrante da organização, a Arábia Saudita pediu uma ação internacional firme e séria contra Damasco. Já Argélia e Iraque expressaram suas reservas sobre o pedido à ONU, visto que Rússia e China devem vetar qualquer ação contra o regime de Assad.
Mais cedo, a principal coalizão da oposição síria disse que recebeu informações de nações aliadas, do grupo chamado "Amigos da Síria", de que a intervenção ocidental aconteceria em alguns dias. Eles ainda acusaram o regime de ter usado bombas de fósforo, proibidas pela ONU, em confrontos na Província de Aleppo.
Já o líder do maior partido curdo sírio, Saleh Muslim, disse acreditar que Bashar al-Assad "não seria tão estúpido" de usar armas químicas enquanto estava vencendo a guerra e com a presença dos inspetores da ONU no país.
Israel
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse hoje que Israel não está envolvido na guerra civil na Síria, mas responderá com força a qualquer tentativa de ataque.
"Nós não somos parte da guerra civil na Síria, mas se identificarmos qualquer tentativa de nos prejudicar, responderemos. E responderemos com força", afirmou em comunicado enviado ao final de uma reunião com seu gabinete para analisar a situação no país árabe.
A impressão na cúpula militar israelense é de que Assad não atacaria o país como represália por um bombardeio americano, como fez o presidente iraquiano Saddam Hussein durante a primeira Guerra do Golfo. No entanto, o Estado judaico será avisado por Washington sobre o risco de represália.
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