Um retrato até agora inédito de William Shakespeare, no qual ele aparece com uma toga romana e segurando uma planta e uma espiga de milho, revela a verdadeira aparência do dramaturgo, segundo o historiador britânico Mark Griffiths. Ele garante ter descoberto em um livro de botânica do século XVI a única imagem do artista (1564-1616) feita em vida, mostrada ontem pela revista “Country Life”.
O livro tem ilustrações de elementos da natureza e retratos de inspiração clássica de personalidades da época. Shakespeare aparece de barba, tem o cabelo encaracolado e uma coroa de louros em referência, de acordo com o historiador, ao deus romano Apolo e aos poetas clássicos Virgílio e Ovídio.
Griffiths trabalhava em uma biografia do botânico britânico John Gerard (1545-1612) em 2012 quando reparou em um desenho que aparecia em um de seus livros. A princípio, não identificou um dos personagem que aparecia no livro “The Herball”, de 1.464 páginas, escrito no século XVI. Trata-se do maior livro de botânica escrito em inglês, do qual só restam de 10 a 15 cópias. Após analisar a figura, Griffiths interpretou um código da dinastia dos reis Tudor, que o levou à conclusão que o retrato era de William Shakespeare.
O código decifrado pelo historiador está composto por pictogramas, símbolos heráldicos, números e flores emblemáticas utilizadas na época para identificar nomes e posições sociais na Grã-Bretanha. A gravura é atribuída a William Rogers. De acordo com Mark Griffiths, Shakespeare tinha 33 anos quando a ilustração foi feita.