Londres deu início, na terça-feira, a um plano para se transformar na cidade mais "verde'' do mundo, adotando uma ação radical a respeito do clima para diminuir, dentro de 20 anos e em meio à luta contra o aquecimento global, suas emissões de gases do efeito estufa em 60 por cento.
O plano pretende inibir a produção de gás carbônico por meio da redução da demanda e do desperdício em vários níveis de consumo (individuais, caseiros, empresariais e governamentais).
- Isso fará de Londres a primeira cidade do mundo com um plano realmente amplo para diminuir as emissões de gás carbônico - afirmou Mark Watts, que auxilia Ken Livingstone, prefeito da capital britânica, nas questões relacionadas com as mudanças climáticas.
O plano é mais ambicioso que o projeto da Lei de Mudança Climática que o governo britânico deve divulgar no dia 12 de março, fixando a meta de, até 2050, diminuir as emissões de gás carbônico (o principal gás do efeito estufa) no país em 60%.
Os 7,5 milhões de moradores de Londres serão instados a desligar seus televisores e luzes e a usarem lâmpadas que consomem menos energia. Os donos de moradias receberão subsídios para melhorar a calefação desses ambientes, responsáveis por 40% das emissões de gás carbônico.
Empresas e órgãos do governo municipal, que emitem 33 por cento do dióxido de carbono, receberão prêmios caso consigam cortar suas emissões.
- O setor privado está agindo mais rapidamente do que o setor público a respeito das mudanças climáticas. As empresas desejam ter uma boa imagem em termos de emissão de gases do efeito estufa - disse Watts.
Mas, segundo o assessor, essas grandes mudanças não poderiam ser realizadas se não for alterado o sistema de produção e distribuição de eletricidade de Londres.
É por isso que parte do plano de ação prevê a transferência de um quarto da eletricidade consumida na cidade da antiga e bastante ineficiente rede nacional de distribuição para uma rede local que usará usinas geradoras de calor e eletricidade.
O plano prevê um corte anual de 20 milhões de toneladas nas emissões de gás carbônico até 2025. Mas a meta real é uma redução de 33 milhões de toneladas, ou 60% abaixo dos níveis registrados em 1990, afirmou Watts.
No entanto, a fim de atingir esse objetivo, a cidade precisará de ajuda do governo na forma de estabilidade no preço do gás carbônico e regras rígidas a serem aplicadas às casas e prédios da cidade, disse.
Cientistas do mundo todo prevêem que as temperaturas médias da Terra devem subir entre 1,8 e 4 graus Celsius neste século, e isso principalmente devido aos gases do efeito estufa gerados na queima de combustíveis fósseis no setor de transporte e na produção de energia.
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