Assunção - O presidente paraguaio, Fernando Lugo, solicita hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a renegociação do tratado de exploração e administração da usina hidrelétrica de Itaipu. "O presidente irá a Brasília realizar uma reivindicação histórica da soberania paraguaia em Itaipu", disse Carlos Mateo Balmelli, diretor paraguaio da entidade binacional.
O tratado para a construção e posterior exploração elétrica da usina de 20 turbinas foi firmado em 1973, e Itaipu produz energia desde 1986. Uma cláusula estabelece que o contrato não pode ser alterado até 2023 e, nesse período, o Paraguai é obrigado a vender sua energia excedente ao Brasil. A usina foi construída com recursos do Tesouro do país e da Eletrobrás.
Atualmente, o consumo paraguaio é somente equivalente à produção de uma turbina. Para Balmelli, o Paraguai "deve ser associado, e não um país dependente do Brasil".
"Hoje a nova ordem globalizada se maneja sobre o conceito da igualdade jurídica e da reciprocidade. Então, o presidente Lugo pedirá a Lula a modificação do tratado, porque é injusto."
O funcionário relatou que o Paraguai recebe "somente US$ 100 milhões anuais pela venda de sua energia excedente, pelo preço de US$ 2,8 por megawatt/hora". Ainda segundo ele, a mesma energia é revendida pela estatal brasileira Eletrobrás ao parque industrial de São Paulo arrecadando US$ 2 bilhões por ano. De acordo com especialistas brasileiros, porém, o país paga US$ 37,6 por megawatt/hora.
Balmelli afirmou que Lugo também pedirá que o Paraguai tenha liberdade sobre a energia restante, podendo vendê-la a outros países, como Argentina e Uruguai.
Lugo assumiu a presidência em 15 de agosto. Entre suas promessas está uma ampla reforma agrária, que seria realizada com o dinheiro excedente obtido da renegociação do tratado de Itaipu.
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