Fernando Lugo completa um ano de governo neste sábado com poucas promessas de campanha cumpridas| Foto: Rafael Urzua / Reuters
Delegação paraguaia liderada pelo presidente Fernando Lugo definiu, no fim de julho, com os representantes brasileiros capitaneados pelo presidente Lula, novos valores pela energia vendida do Paraguai ao Brasil
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O presidente paraguaio, Fernando Lugo, completa um ano de governo neste sábado (15). Ele chegou ao poder em agosto de 2008, e considera que um dos grandes avanços do seu governo foi ter conquistado do Brasil um acordo para obtenção de novos valores que serão pagos pela utilização da energia produzida na Usina Hidrelétrica de Itaipu. Com a mudança o governo brasileiro vai desembolçar um valor de 240 milhões de dólares para o Paraguai.

O mandatário tomou posse após vencer as eleições de 20 de abril de 2008 à frente da Aliança Patriótica para a Mudança (APC). Lugo acabou, assim, com seis décadas de domínio do Partido Colorado no país.

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Em entrevista à agência Efe, o presidente destacou o feito de Itaipu e disse que tentará uma negociação com a Argentina pelos valores a receber pela energia gerada na usina de Yacyretá, que corta os dois países.

O presidente destacou ainda na entrevista que um dos pontos dessa negociação é "a questão da dívida, tanto para Itaipu, quanto para Yacyretá. Não entendemos que o orçamento de uma obra de grande envergadura, como a de Itaipu, por exemplo, seja de US$ 2 bilhões e exija gastos de quase US$ 20 bilhões. Há uma defasagem orçamentária significativa".

O Paraguai utiliza só 5% do total de megawatts gerados pela binacional, e vende o restante ao Brasil. O tratado foi assinado em 1973 e é válido até 2023. Ele prevê que a energia gerada pela usina seja dividida entre os dois países igualitariamente. A binacional tem capacidade instalada de geração de 14 mil megawatts.

A usina de Itaipu está instalada no rio Paraná e produz anualmente 90 milhões de megawatts/hora, que abastecem pricipalmente a altamente industrializada região Sudeste do Brasil.

Abusos sexuais

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Denúncias sobre supostos abusos sexuais cometidos por Fernando Lugo, na época em que ainda era bispo da Igreja Católica, abalaram à imagem do presidente no fim do primeiro semestre do ano. Na época, em junho, o presidente limitou-se a dizer que novos casos que surgiram eram mais um "capítulo" do assunto "paternidade".

Lugo admitiu em abril ser o pai de um menino concebido com uma moça quando ele era bispo. Em junho, foi a vez da jovem Benigna Leguizamón também garantir ter tido um filho com o presidente muito antes de ele ter abandonado a batina para dedicar-se à política. Ao todo, três mulheres exigiram que o presidente assumisse os filhos.

As denúncias contra Lugo causaram rebuliço no país, de maioria católica, afetaram sua popularidade e foram usadas por seus adversários políticos para lançar duras críticas contra ele.

Reeleição

Em fevereiro, o presidente surpreendeu aliados e oposição ao declarar que não descarta lutar pela reeleição em 2013.

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Na campanha eleitoral em 2008, e em seus primeiros meses de governo, o mandatário afirmava que jamais pensava em buscar se reeleger, diferentemente de seu antecessor Nicanor Duarte.

A Constituição paraguaia proíbe a reeleição presidencial. Mas, caso haja uma reforma, Lugo poderia permanecer outro período como presidente.