O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta, em discurso realizado na 15ª Conferência do Clima (COP-15) em Copenhague, que as nações têm direito a exigir transparência, mas ao mesmo tempo alertou que é preciso ter cuidado "com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos países mais pobres".
"A experiência que tivemos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial não é recomendável que continue a acontecer no século 21.
Lula fez essa afirmação pouco antes de dizer que o Brasil está disposto a ajudar no financiamento a países mais pobres se houver um acordo final na proposta de redução dos gases causadores do efeito estufa.
"O dinheiro que será colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gases de efeito estufa feita durante dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro", afirmou Lula. Antes disso, ele destacou: "Não pensemos que estamos fazendo um favor, que estamos dando uma esmola"
O presidente brasileiro afirmou que qualquer documento que for aprovado em Copenhague tem de manter os princípios do Protocolo de Kyoto e ressaltou que não se trata apenas de uma questão climática, mas também de discutir sobre "desenvolvimento e oportunidades para todos os países", cujas necessidades são diferentes.
Ele chegou a fazer uma comparação com o cenário do Brasil na época de sua posse como presidente. "Quando tomei posse, meu compromisso era garantir que cada brasileiro pudesse tomar café da manhã, almoçar e jantar. Para países desenvolvidos, isso era coisa do passado. Para África, América Latina e muitos países asiáticos isso ainda é coisa do futuro.
Durante o discurso no qual foi muito aplaudido, Lula afirmou que é possível construir um acordo climático se todos os países assumirem suas responsabilidades com as metas. "Mas mesmo as metas, que deveriam ser uma coisa mais simples, tem muita gente querendo barganhar", alertou.
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